É comum das práticas espiritualistas de Umbanda e Candomblé, realizar festejos e entregas nos considerados pontos de forças, morada dos Orixás. Wicca, outros segmentos afro, assim como irmãos neopagãos também o fazem a sua maneira.
E nisso, Blumenau não pode ficar de fora. Banhada por um majestoso Rio, o Itajaí Açu, que ano após ano beneficia a cidade, como quase todo o estado de Santa Catarina, recebeu neste domingo então, sob a realização de Mãe Karol de Iansa e Pai Dermes, dirigentes da TUIMCAJ com apoio da FUCA (Federação Umbanda Candomblé e Angola) uma linda homenagem a Orixá das águas doces.
Com a presença de diversos zeladores, como Pai Gilberto de Iemanjá ( Tenda de Umbanda Caboclo Sete Flechas- Pomerode) e Pai Sérgio ( Tenda de Umbanda Pai João de Minas- Guabiruba), membros da sociedade civil e passantes, a homenagem começou às 9:00 horas na Praça Dr. Blumenau com cânticos religiosos em homenagem aos Orixás.
Pai Dermes abriu o festejo com uma fala ressaltando a importância da União do povo de Santo em eventos públicos. Mãe Karol complementou fazendo uma linda prece rogando a Mãe Oxum que nos abençoe.
Pai Félix da FUCA reforçou que esse evento muito mais que um evento religioso, é um ato cívico, para dizer 'Ei Blumenau, estamos aqui! ', disse ainda da importância da militância política em favor da religião. Mais para mim, o que mais me chamou atenção, foi o questionamento dele a respeito do preconceito interno. Dos umbandistas que não se assumem. Como digo eu sempre "sai do recolhimento filho de santo".
Pai Sérgio salientou a diversidade umbandista e o acolhimento total que a religião tem." não importa se você é branco, negro, amarelo. Bissexual, hetero, homossexual ou trans. A Umbanda vai aceitar você e vai lhe acolher. Não precisas nem ser umbandista para ser acolhido. Basta confiar" disse pai Sérgio.
O início dos cortejos teve uma roda geral com todos de mãos dadas entoando um lindo ponto puxado por pai Sérgio.
Após isso todos seguiram até o antigo porto fluvial cantando e dançando em homenagem a Mamãe Oxum.
Na Beira do Rio, realmente Oxum chorou. Tanto de emoção quanto de tristeza. Emoção ao ver seus filhos ali, e tristeza pelo pouco caso que muitos de nós temos com o rio. A sujeira e a poluição tomavam conta do sagrado.
Mãe Karol fez um convite para um mutirão de limpeza do Rio para o ano que vem.
A entrega do balaio de flores, com materiais não poluentes e biodegradáveis, porque a Umbanda é ecológica se deu após isso.
Que mamãe Oxum receba nossa simples devoção mas repleta de muito amor.
Gratidão a Pai Dermes e Mãe Karol, não só por planejar este belo evento, mas pelo empenho de levantar cedo, depois de um cansativo dia de mudança como foi o de ontem. Gratidão ao nosso Oga Carlos por manter a alegria da Curimba. Gratidão a Luísa de Oliveira, irmã do segmento evangélico, que me aturou o final de semana todo, e ainda fotografou o evento.
Blumenau é alemã mas também é negra. Até o próximo balaio.
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Ye Ye Oxum.
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