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Eficácia da Prece - Considerações


A frase citada na imagem acima é narrada no livro "Obreiros da Vida Eterna" psicografia do espírito André Luiz pela mediunidade cristã de Chico Xavier, durante tarefa de amparo a um irmão desencarnado nas zonas escurecidas do falso pensamento religioso. Na narrativa André nos conta como Zenóbia, após fervorosa prece devotada a deus recebe salutar energização e é prontamente respondida conseguindo portanto dar prosseguimento ao amparo de irmão Domênico.

Mas o que é a prece? A prece é uma invocação que nos liga ao ser espiritual à qual ela é dirigida. Por ela nos ligamos a deus, aos espíritos superiores, enviamos vibrações aos irmãos em sofrimento, doamos nossa energia mental aos espíritos trabalhadores, para situações específicas.

Podemos orar por nós mesmos, por outras pessoas, por lugares, por grupos de pessoas. Ou seja, não há contra indicações de endereçamento de orações. Para a doutrina espírita a prece tem no mínimo três finalidades, agradecer, louvar e pedir.

Quando dirigimos nossas orações à deus, ou aos Orixás são os espíritos superiores encarregados de sublime tarefa que respondem ao nosso chamado e segundo nosso merecimento e necessidade atuam favoravelmente ou não em resposta a nossa prece. Muitas vezes nosso mentor mais próximo, também conhecido como anjo de guarda que ouve nossa prece e se prontifica em atende-la ele mesmo, ou solicitando auxilio de algum irmão que possa nos amparar.

Não são as quantidades de palavras ou demonstrações externas que qualificam a prece, mas sim a situação mental do individuo em estado de oração.  Em "A Gênese" Kardec diz:

"O pensamento produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral".

Palavras repetidas só terão eficácia se devidamente energizadas com o elevado padrão vibratório e estado meditativo de quem ora. Embora potencializadas pelas egrégoras que as sustentam orações populares como " Pai Nosso", "Ave Maria" não possuem nenhum poder em si mesmas se não alinhadas ao estado elevado de pensamento e meditativo das palavras que estão sendo repetidas. Sabe-se contudo do uso benéfico de determinadas orações deste tipo durante processos de desobssesão devido á enorme carga vibratória que exerce sobre a mente dos espíritos ainda ligados a dogmas religiosos terrenos. É importante frisar bem que é o pensamento que dá qualidade curativa aos fluidos.

A principal importância da prece contudo está em auxiliar a quem ora na importantíssima tarefa de asseio do psiquismo. Durante a prece eficaz, todos os corpos são potencializados positivamente pelos eflúvios curativos e balsâmicos, trazendo à luz da consciência os pormenores do inconsciente que aliado ao estudo do evangelho produz a reforma intima. É também durante a oração que nosso estado mental se adéqua e se sintoniza com padrões superiores da existência permitindo a atuação dos mentores da Luz no campo da mediunidade intuitiva, cooperando com conselhos salutares para melhor vivência na matéria segundo os padrões louváveis do evangelho redivivo de Jesus.

Deus atende a nossas preces? Conforme visto acima, toda prece verdadeira é ouvida pelos espíritos superiores e portanto chegam na hierarquia de Luz e a deus por consequência. Nem toda prece contudo é respondida afirmativamente. Conforme venho dizendo desde as lides da Assembléia de Deus, a resposta de Deus as nossas orações também pode ser um não. Quantas vezes a semelhança dos pais terrenos deus nos priva de nossos desejos a fim de providenciar melhores e mais eficazes meios de nos fazer evoluir. Como os pais terrenos que negam pedidos aos filhos pequenos com o intuito de lhes proteger, o pai amabilíssimo nos priva de nossos pedidos infantis. Oscar Wilde dizia que quando os deuses querem nos castigar eles atendem as nossas orações.

As orações não mudam os planos de deus, mas tem a finalidade de fazer com que os que oram se sintonizem as diretrizes dos planos de deus. Como sempre disse, a oração não muda deus, mas nos muda para deus.

Em que momento orar? Paulo nos incita a orar sempre ( 1 Tessalonicenses 5:17), isso não significa estar sempre de olhos fechados e mãos juntas, mas estar sempre em estado de prece, com o coração vigilante. Alias, o divino amigo nos alerta que a vigilância deve sempre acompanhar a oração (Mateus 26:41)  É aconselhável a oração em momentos de perigo, na busca por respostas, antes e depois de encontros e reuniões mediúnicas, e sobretudo antes de dormir.

Porque este imperativo de sempre orar antes do repouso físico do sono? É sobretudo durante o sono que ao desligar-se temporariamente do envolucro carnal que nosso espirito encontra seus semelhantes vibratórios. Ao orar antes de dormir auxiliamos o processo de elevação moral e vibratória do nosso espirito facilitando seu contato com seres de elevada situação espiritual e afastando eficazmente aqueles que poderiam desviar-nos da missão.

Costumo seguir um modelo de prece dividida em quatro etapas, sintonizar, agradecer, pedir e enviar.

Sintonizar: Momento de inicio da prece onde faz se a sintonização mental por meio da invocação da presença de deus, dos anjos guardiões e dos mentores espirituais.

Agradecer: Como a gratidão é uma das mais poderosas ferramentas de mudança de padrão energético, e um maravilhoso calmante para os pensamentos diários, após a sintonização agradece-se pela vida, pelas bençãos e oportunidades do dia a dia.

Pedir: Ainda envolto no sentimento de gratidão, solicitamos aos espíritos, Orixás e a deus aquilo de que somos necessitados. Podemos também pedir por outrem, inclusive por irmãos desencarnados e pelo Brasil.

Enviar: Após sintonizar, agradecer e pedir é chegado o momento de doar-se. Neste momento disponibilizamos ao Universo um pouco da nossa energia anímica, do nosso ectoplasma, e nos dispomos ao trabalho.

Essas foram algumas considerações sobre a eficácia da prece, baseada nas obras de André Luiz, Emanuel e no Evangelho Segundo o Espiritismo. No próximo texto vou trazer algumas frases sobre a oração. Fiquem ligados.

Eficácia da Prece - Evangelho Segundo o Espiritismo

5 – Por isso vos digo: todas as coisas que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que assim vos sucederão. (Marcos, XI: 24)
            6 – Há pessoas que contestam a eficácia da prece, entendendo que, por conhecer Deus as nossas necessidades, é desnecessário expô-las a Ele. Acrescentam ainda que, tudo se encadeando no universo através de leis eternas, nossos votos não podem modificar os desígnios de Deus.
            Há leis naturais e imutáveis, sem dúvida, que Deus não pode anular segundo os caprichos de cada um. Mas daí a acreditar que todas as circunstâncias da vida estejam submetidas à fatalidade, a distância é grande. Se assim fosse, o homem seria apenas um instrumento passivo, sem livre arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a fronte ante os golpes do destino; sem procurar evitá-los; não deveria esquivar-se dos perigos. Deus não lhe deu o entendimento e a inteligência para que não os utilizasse, a vontade para não querer, a atividade para cair na inação. O homem sendo livre de agir, num ou noutro sentido, seus atos têm, para ele mesmo e para os outros, consequências subordinadas às suas decisões. Em virtude da sua iniciativa, há portanto acontecimentos que escapam, forçosamente, à fatalidade, e que nem por isso destroem a harmonia das leis universais, da mesma maneira que o avanço ou atraso dos ponteiros de um relógio não destrói a lei do movimento, que regula o mecanismo do aparelho. Deus pode, pois, atender a certos pedidos sem derrogar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, dependendo sempre o atendimento da sua vontade.
            7 – Seria ilógico concluir-se, desta máxima: “Aquilo que pedirdes pela prece vos será dado”, que basta pedir para obter, e injusto acusar a Providência se ela não atender a todos os pedidos que lhe fazem, porque ela sabe melhor do que nós o que nos convém. Assim procede ao pai prudente, que recusa ao filho o que lhe seria prejudicial. O homem, geralmente, só vê o presente; mas, se o sofrimento é útil para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa o doente sofrer a operação que deve curá-lo.
            O que Deus lhe concederá, se pedir com confiança, é a coragem, a paciência e a resignação. E o que ainda lhe concederá, são os meios de se livrar das dificuldades, com a ajuda das ideias que lhe serão sugeridas pelos Bons Espíritos, de maneira que lhe restará o mérito da ação. Deus assiste aos que se ajudam a si mesmos, segundo a máxima: “Ajuda-te e o céu te ajudará”, e não aos que tudo esperam do socorro alheio, sem usar as próprias faculdades. Mas, na maioria das vezes, preferimos ser socorridos por um milagre, sem nada fazermos. (Ver cap. XXV, nº 1 e segs.)
            8 – Tomemos um exemplo. Um homem está perdido num deserto; sofre horrivelmente de sede; sente-se desfalecer e deixa-se cair ao chão. Ora, pedindo a ajuda de Deus, e espera, mas nenhum anjo vem lhe dar de beber. No entanto, um Bom Espírito lhe sugere o pensamento de levantar-se e seguir determinada direção. Então, por um impulso instintivo, reúne suas forças, levanta-se e avança ao acaso. Chegando a uma elevação do terreno, descobre ao longe um regato, e com isso retoma a coragem. Se tiver fé, exclamará: “Graças, meu Deus, pelo pensamento que me inspiraste e pela força que me deste”. Se não tiver fé, dirá: “Que boa ideia tive euQue sorte eu tive, de tomar o caminho da direita e não o da esquerda; o acaso, algumas vezes, nos ajuda de fato! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me haver deixado abater!”.
            Mas, perguntarão, por que o Bom Espírito não lhe disse claramente:”Siga este caminho, e no fim encontrarás o que necessitas”? Porque não se mostrou a ele, para guiá-lo e sustentá-lo no seu abatimento? Dessa maneira o teria convencido da intervenção da Providência. Primeiramente, para lhe ensinar que é necessário ajudar-se a si mesmo e usar as próprias forças. Depois, porque, pela incerteza, Deus põe à prova a confiança e a submissão à sua vontade. Esse homem estava na situação da criança que, ao cair, vendo alguém, põe-se a gritar e espera que a levantem; mas, se não vê ninguém, esforça-se e levanta-se sozinha.
            Se o anjo que acompanhou a Tobias lhes houvesse dito: “Fui enviado por Deus para te guiar na viagem e te preservar de todo perigo”, Tobias não teria nenhum mérito. Foi por isso que o anjo só se deu a conhecer na volta.

CENTENÁRIO DA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA EM FÁTIMA

Hoje é mais um dia, um dia 13 de maio, tão marcante e tão sagrado para mim. Dia da abolição da escravatura, onde deveríamos comemorar a liberdade, mas é um dia para "Temer" reformas trabalhistas que podem nos fazer voltar à escravidão. Dia que tradicionalmente nos conectamos com a energia dos amados e amadas Pretos e Pretas Velhas, e também é dia de comemorar o centenário da aparição de Mãe Maria em Fátima.

Sempre desde criança fui apaixonado por Ns de Fátima, olhar para aquele rosto sereno expandindo paz, aqueles olhos de Mãe Amabilíssima, que foram agraciados em vida por poderem ter olhado ao rosto infante do divino amigo Jesus. Sempre que ia à Joinville visitar minha bisavó Helena, rezávamos juntos o terço em latim aos pés da Mãe de Fátima. Acompanho desde jovem minha vó Iracema rezando o santo terço pela paz na família, e agraciada por Maria esta paz tem sido cada vez mais reinante.

Maria apareceu como boa mãe que é,  primeira vez a três crianças, em 13 de maio de 1917, na Cova da Iria, onde Lúcia, Francisco e Jacinta pastoreavam o rebanho do pai. Lúcia descreve Maria da seguinte forma: 
uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”
Continua dizendo:
“As mãos, trazia-as juntas em oração, apoiadas no peito, e da direita pendia um lindo rosário de contas brilhantes como pérolas, terminando por uma cruzinha de vivíssima luz prateada. [Como] único adereço, um fino colar de ouro-luz, pendente sobre o peito, e rematado, quase à cintura, por uma pequena esfera do mesmo metal”
E abrindo as mãos pela primeira vez, das quais raios de luz saem brilhantes abençoa as crianças e sobe em direção aos céus. Na segunda vez em que aparece além das crianças mais cinquenta pessoas estavam presentes a Cova, Maria solicita que elas aprendam a ler e que rezem diariamente o Santo Terço.

Foi na terceira aparição, à qual Lúcia não quis ir, mas foi segundo ela "impelida por uma força impossível de resistir" que Maria revelou seus segredos. Após isso os três foram presos mas logo soltos.  Na sexta e última aparição cerca de setenta mil pessoas além das crianças estavam no local. Maria novamente pediu para que rezassem o terço todos os dias pedindo pela paz e prometeu o fim da guerra para breve. Conta-se inúmeros relatos de milagres atmosféricos ocorrendo durante as aparições.

Maria parte novamente para os céus, deixando a promessa de retornar uma sétima vez.  Muito se falou e ainda se fala sobre os segredos de Nossa Senhora, mas não é isso que mais me chama atenção nessa história.

O que me comove, é que Maria, a Mãe do Mestre, não apareceu para os sacerdotes, religiosos, doutores da lei ou filósofos, mas cumprindo as palavras de seu Filho revelou-se aos pequeninos (Mateus 11: 25). De tudo que a Mãe Amada nos pediu, o que mais incansavelmente pediu foi que nos dedicássemos a oração. Quão poderosa arma de cura, de amor e de transformação é a oração.

Embora Maria seja um símbolo sagrado do Cristianismo, uma religião que hoje está contaminada pelo machismo, Maria é a sobrevivência do Sagrado Feminino, é  a permanência da Antiga Mãe no trono masculino do céu romano. Pois a Deusa não morre, ela é tanto amor e sabedoria que se molda para sobreviver. Então, deixemos de lado a religião que segrega, e nos limitemos em conectarmo-nos com o Sagrado que é livre, e então, unidos e unidas elevamos nossas mentes em oração solicitando a Mãe Amiga a paz e a esperança para nós, nosso País e o Mundo:
  

AVE MARIA CHEIA DE GRAÇA
BENDITA SOIS VÓS ENTRE AS MULHERES
E BENDITO É O FRUTO DO VOSSO VENTRE
            JESUS

SANTA MARIA MÃE DE JESUS
ROGAI POR NÓS TEUS FILHOS E TUAS FILHAS
AGORA E NA HORA DA NOSSA VITÓRIA
SOBRE O PECADO A DOENÇA E A MORTE!

Vinde Nossa Senhora, Não Tardeis!


Machado de Xangô - Conto - Parte Final

Astolfo percebeu-se então diferente, com várias presenças lhe observando. Ele podia ver e ouvir a chuva caindo cada vez mais forte porém não sentia seu corpo molhando. Sentia um frio, mas um frio que vinha de dentro, como se o coração dele tivesse congelado.

Avista então um senhor de pele e vestes brancas, cabelos louros que lhe comunica estar desencarnado e que lhe convida a ir embora daquele lugar. Ele recusa, dizendo estar vivo, e que de maneira alguma poderia ter morrido, mas nem terminara de falar ele se depara com seu corpo no chão sem vida. Desesperado e sem acreditar estar morto ele é abraçado e acolhido pelo homem de vestes brancas. Ao lado do corpo de Astolfo no plano físico, uma pequena multidão se formara. Tinham chamado a ambulância, mas quem apareceu primeiro foi a jovem ruiva, médium a quem momentos antes Astolfo havia encontrado. Ela pede silêncio e com uma autoridade surpreendente fala ás pessoas:

- Não precisa chamar nada e nem ninguém. Avisem a família que ele desencarnou. Xangô veio buscar seu filho. Vejam, ele foi atingido por um raio. Enterrem ele em cova rasa, mas deixem a cabeça de fora. Quando for de manhãzinha o coitado revigora.

E assim foi feito. Enterraram o corpo de Astolfo e mais um raio caiu junto a sepultura e a chuva acabou. O céu outrora negro, agora resplandecia com a luz da lua e inúmeras estrelas. Do outro lado da vida, entregue ao homem de vestes brancas, Astolfo descobre estar sob o controle de um antigo obssessor.

- Pois é, mais um idiota enganado pela alvura de minhas vestes. Bando de racista. Como se a cor das vestes de alguém definisse sua posição no plano espiritual. - e começou a detalhar tudo o que trouxera Astolfo até ali.

Do lado de cá, entre os encarnados, Vó Juventina mais uma vez incorporada em sua médium, reúne os trabalhadores e as trabalhadoras de seu terreiro para um momento de prece em benefício de Astolfo. Atendendo ás súplicas sinceras daquela reunião, um Exu da falange dos Caveira que havia sido orientado para cuidar e trabalhar na mediunidade do recém desencarnado, incorpora em uma das médiuns daquela casa santa.

- Hahaha- veio ele gargalhando - Salve a todos os filhos salve Vó Juventina. Peço licença para usar este aparelho mediúnico um pouco, para pedir que continuem em vibração por meu filho. Estou indo busca-lo.

Após algumas explicações de cunho magístico Exu Caveira e Vó Juventina iniciaram o trabalho de resgate de Astolfo. Quando por fim conseguiram resgata-lo, o sol já brilhava no horizonte, Vó Juventina agradeceu o compromisso de todos e todas as médiuns e desacoplou de sua médium. 

Saíram todos do terreiro e dirigindo-se a Calunga foram levar uma flor para o Astolfo. Chegando lá, seu corpo não mais ali estava, no seu lugar, um machado de pedra. Todos se olharam e juntos bradaram:

- Kaô Kabecilê!


- Conto baseado na canção "Machado de Xangô" interpretada por Juçara Marçal e Kiko Dinnucci no Álbum "Padê" sob a  inspiração do Sr. Exu Mirim Caveirinha e Vô Joaquim.