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O que fazer na Umbanda?

Ontem tivemos atendimentos espirituais com a entidade Zé Pilintra das Almas pela mediunidade de Pai Dermes de Xangô na TUIMCAJ (Tenda de Umbanda Iansã Matamba e Caboclo Jibóia- Blumenau-SC), e antes dos passes ele nos fez um questionamento: " O que viemos fazer na gira?".

Fiquei demasiado alegre com as respostas:

" Vim buscar paz, evolução espiritual e praticar a caridade"

" Vim porque é o lugar onde meu coração bate mais forte, onde aprendo as coisas sem o ' porque Deus quis assim'"

"Vim porque de todos os caminhos espirituais que trilhei este é o que melhor se encaixa com o que eu acredito e como eu enxergo o mundo"

Mas sabemos que no começo nem sempre é assim. Geralmente chega-se a Umbanda como último recurso, quando a doença não se cura, quando o amor não volta ( e me refiro ao amor próprio), quando as portas não se abrem e/ou quando a mediunidade se manifesta.

Outra forma de entrada na Umbanda, é a forma que eu considero de teste para os dirigentes, que são aquelas pessoas que vão para os terreiros, em busca de magia deletéria, de amarrações, de previsões do futuro. E os zeladores do lugar tem que praticar a paciência e a caridade em acolher o irmão/irmã e com amor explicar o que é Umbanda, o que fazem nossos guias, e principalmente o que não é Umbanda e o que não fazem nossos guias.

Para tanto escrevo este texto, no intuito de colaborar com estas explicações. Primeiro começamos pelo básico, o que é Umbanda?

Umbanda é uma religião, ou seja, um caminho que busca religar o ser ao divino, genuinamente brasileira, pois nasceu oficialmente em 15 de novembro de 1908 em Niterói, que amalgama e sincretiza por diversos fatores saberes de vários povos e religiões. Como caminho que visa a religação com o divino a Umbanda, assim como toda religião de fato, só pode praticar o bem.

Resumidamente o processo de religação que a Umbanda faz com o divino ocorre por meio do contato com a natureza, considerada sagrada e morada dos Orixás, da faculdade mediúnica, onde estes Orixás, guias, guardiões e mentores se manifestam para o reequilíbrio energético e aconselhamento dos médiuns e assistentes, e principalmente por meio da caridade, seja ela física, moral, espiritual, emocional, que é estendida a todas e todos, encarnados e desencarnados, umbandistas ou não.

Outro meio que a Umbanda se utiliza para esta religação com o divino são as obrigações, feituras de santo, camarinhas ou outros nomes que se dão, a prática de recolhimento dos médiuns, para seu refazimento espiritual, energético e maior contato com seu Eledá/ Cabala Mediúnica.

Os guias, guardiões (denominação que algumas casas utilizam para a chamada linha de esquerda - Exus e Pombo Giras) e Orixás são os mensageiros de Zambi/ Olorum ( nome comum a que chamamos a divindade nos cultos de tradição afro-americana), tem como funções o controle do mundo ( quando os Orixás são entendidos como divindades ou centelhas divinas), principalmente no que concerne aos elementos naturais, aconselhar e guiar os médiuns e assistência ( como verdadeiros pais/mães os guias nos ajudam a trilhar a vida na carne), defender-nos de nossos inimigos internos e por vezes dos externos (ensinando-nos a lei do perdão e a oferecer a outra face).

Por meio de passes, conversas fraternas, trabalhos magísticos e outros os Orixás e espíritos que trabalham no mediunismo de terreiro vem nos falar de Zambi e nos mostrar os melhores caminhos até a Divina Fonte de Tudo.

Portanto, acho que já está esclarecido o que a Umbanda é e o que faz, mas para não deixar brechas acho conveniente escrever o que ela não é:

- Umbanda não é seita
- Umbanda não é magia deletéria
- Umbanda não é escola de samba nem circo. Seus paramentos e objetos ritualisticos ( roupas coloridas, espelhos, espadas, fitas...) são uma forma de manipulação energética e de respeito a ancestralidade
-Umbanda não é mercado, onde você oferece uma quantia e sai com a mercadoria (trabalho) que quiser
- Não cobra

Da mesma forma os Orixás e espíritos atuantes na Umbanda:

- Não predizem o futuro ( sobre este tema estou preparando um outro texto)
- Não fazem magia deletéria
- Não amarram casais, não separam casais, não poluem a natureza, não matam animais ( salvo exceções de fundamento)
- Não fazem candidato ganhar ou perder eleição. Até porque o Estado Brasileiro é laico.
- Não mudam a sexualidade de médiuns

Enfim, acho que dá pra ter um norte, um sul e até um oeste sobre o que é Umbanda. Mas o texto diz o que fazer na Umbanda, então lá vai.

Ao entrar num terreiro de Umbanda, e me atrevo a dizer, em qualquer espaço sagrado/religioso, a intenção deveria ser a de religação com o divino, tenha ele a forma como tiver para quem estiver entrando.

Num terreiro a intenção deveria ser a busca pelo melhoramento pessoal, seja em nível material ( para uma vida mais confortável, respeitando o livre-arbítrio e o carma pessoal), espiritual, emocional.

No terreiro busque o trabalho, seja ele como participante da corrente mediunica ( médiuns, curimba, cambones...), seja no auxilio dos cantos e palmas, nas orações, na vibração silenciosa da prece, ou nos trabalhos caritativos que o terreiro exerça.

Quando chegar num terreiro pela primeira vez, busque a direção espiritual da casa (pai-mãe) ou alguém indicado por eles para uma conversa, para saber o que é, como é e como se faz as coisas neste terreiro.

Quando for a um terreiro, vá de coração aberto, para receber o melhor dos Orixás e guias e para doar o seu melhor a comunidade.

Que nosso divino pai Oxalá abençoe a todas e todos nós, umbandistas ou não, pois independente de fé e religião somos todos filhos da mesma força criadora Pai/Mãe.

Axé, saravá, mukuiu, motumba, kolofe, amém, namastê, blessed!