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I SEMANA HECATINA ESPIRITUALISMO NA REDE



Como vocês vem acompanhando essa semana a página homenageou a Senhora dos Caminhos, Hecate. Mas quem é ela?

Originalmente Hecate é uma titã que lutou ao lado de Zeus na Titanomaquia e que por isso recebeu do Senhor do Olimpo as honrarias de ser dona do Céu, da Terra, do Mar e do Mundo Subterrâneo. Filha de Perses a destruição e de Astréa, o céu estrelado, neta de Nyx, Hecate é uma rainha da Noite.

Sua iconografia a apresenta como uma mulher de três cabeças, uma olhando para cada direção, acompanhada sempre de cães, sapos, cobras e corujas, carregando cordas, chaves e tochas.


O tríplice poder de Hécate se estendia do inferno, à terra e ao mar. Ela rondava a terra nas noites da lua nova e no mar tinha seus casos de amor. Considerada uma divindade tripla: lunar, infernal e marinha, os marinheiros consideravam-na sua deusa titular e pediam-lhe que lhes assegurasse boas travessias. O próprio Zeus lhe deu o poder de conceder ou negar qualquer desejo aos mortais e aos imortais. Foi Hécate quem ajudou Deméter quando ela peregrinou pelo mundo em busca de sua filha Perséfone.




Hécate espalhava sua benevolência para os homens, concedendo graças a quem as pedia. Dava prosperidade material, o dom da eloquência na política, a vitória nas batalhas e nos jogos. Proporcionava peixe abundante aos pescadores e fazia prosperar ou definhar o gado. Seus privilégios se estendiam a todos os campos e era invocada como a deusa que nutria a juventude, protetora das crianças, enfermeira e curandeira de jovens e mulheres.Acreditava-se que ela aparecia nas noites de Lua Nova com sua horrível matilha diante dos viajantes que cruzavam as estradas. Ela era considerada a deusa da magia e da noite em suas vertentes mais terríveis e obscuras. Com seu poder de encantamento, também enviava os terrores noturnos e espectros para atormentar os mortais. Frequentava as encruzilhadas, os cemitérios e locais de crimes e orgias, tornando-se assim a senhora dos ritos e da magia negra. Senhora dos portões entre o mundo dos vivos e o mundo subterrâneo das sombras, Hécate é a condutora de almas e as Lâmpades, ninfas do Subterrâneo, são suas companheiras. Com Eetes, Hécate gerou a feiticeira Circe - a deusa da noite que se tornou uma famosa feiticeira com imenso poder da alquimía. Segundo a lenda, a filha de Hécate elaborava venenos, poções mágicas e podia transformar os homens em animais. Vivendo em um palácio cheio de artifícios na Ilha Ea ou Eana, no litoral da Italia, Circe se tornou a deusa da Lua Nova ou Lua Negra, sendo relacionada à morte horrenda, à feitiçaria, maldições, vinganças, sonhos precognitivos, magia negra e aos encantamentos que ela preparava em seus grandes caldeirões.Hécate espalhava sua benevolência para os homens, concedendo graças a quem as pedia. Dava prosperidade material, o dom da eloquência na política, a vitória nas batalhas e nos jogos. Proporcionava peixe abundante aos pescadores e fazia prosperar ou definhar o gado. Seus privilégios se estendiam a todos os campos e era invocada como a deusa que nutria a juventude, protetora das crianças, enfermeira e curandeira de jovens e mulheres.Acreditava-se que ela aparecia nas noites de Lua Nova com sua horrível matilha diante dos viajantes que cruzavam as estradas. Ela era considerada a deusa da magia e da noite em suas vertentes mais terríveis e obscuras. Com seu poder de encantamento, também enviava os terrores noturnos e espectros para atormentar os mortais. Frequentava as encruzilhadas, os cemitérios e locais de crimes e orgias, tornando-se assim a senhora dos ritos e da magia negra. Senhora dos portões entre o mundo dos vivos e o mundo subterrâneo das sombras, Hécate é a condutora de almas e as Lâmpades, ninfas do Subterrâneo, são suas companheiras. Com Eetes, Hécate gerou a feiticeira Circe - a deusa da noite que se tornou uma famosa feiticeira com imenso poder da alquimía. Segundo a lenda, a filha de Hécate elaborava venenos, poções mágicas e podia transformar os homens em animais. Vivendo em um palácio cheio de artifícios na Ilha Ea ou Eana, no litoral da Italia, Circe se tornou a deusa da Lua Nova ou Lua Negra, sendo relacionada à morte horrenda, à feitiçaria, maldições, vinganças, sonhos precognitivos, magia negra e aos encantamentos que ela preparava em seus grandes caldeirões.




Algumas curiosidades:


- Medéia era sacerdotisa, ou até mesmo filha de Hecate. Assim como também Circe, uma das maiores feiticeiras clássicas gregas também era sua filha.

- Cães, especialmente os negros, uivando a noite, simbolizam a aproximação de Hecate.

- Dizem estar próxima do tumulo dos que morreram assassinados.
- Uma de suas datas modernas de culto, 13 de Agosto, foi assimilada por religiosos de Almas e Angola para o culto das Senhoras Pombos Giras, com quem guarda inúmeras semelhanças.

Epipetos de Hecate:
  • Klêidouchos é a ‘guardiã das chaves’, quem define o que e quem pode ou não cruzar suas portas e portais. Pois é ela quem decide e determina o que e quem se inicia ou se encerra dentro do mistério
  • Prytania, a “Rainha dos mortos”, é a condutora das almas e sua guardiã durante a passagem entre os mundos, mas Ela também rege os poderes de regeneração, sendo invocada no desencarne e nos nascimentos
  • Protyraia, é a que cuida da proteção e segurança no parto, trazendo vida longa, saúde e boa sorte ao nascido e a parturiente.
  • Phosphoros é a detentora de uma aura fosforescente que brilha na escuridão do mundo subterrâneo, guardiã do inconsciente e guia das almas na transição.
  • Kourotrophos é a que cuida das crianças e ama dos jovens durante a vida, incluindo a vida intra-uterina e seu nascimento, assim como fazia sua antecessora egípcia, a parteira divina Heqet.
  • Propolos, é a que traz suas duas tochas apontadas para o céu e a terra, iluminam a busca da transformação espiritual e o renascimento
  • Trioditis ou Enodia é a protetora dos viajantes, senhora dos caminhos e dona das encruzilhadas de três pontas, onde recebe de seus devotos pedidos de proteção e oferendas, conhecida por “ceias de Hécate”
  • Propylaia é a reverenciada como guardiã das casas, portas, famílias e bens pelas mulheres, que oravam na frente do altar antes de sair de casa pedindo Sua benção.
  • Triformis ou Tricephalus é a que poe a mão na massa, responsável pelos feitos mágicos e feitiços. Era representada com pilares ou estátua de três cabeças e seis braços que segurava suas insígnias sagradas: tocha (ilumina o caminho), chave e as vezes uma serpente (atando e desatando mistérios e promotora das transmutações), corda (conduz as almas e reproduz o cordão umbilical do nascimento) ou adaga (corta ilusões e medos).
  • Krateis (‘poderosa’) é a que propicia o trânsito e governa os ciclos. EX: se acreditava que é graças a seus domínios que as estações do ano e as fases da vida feminina é um eterno ciclo em trânsito. Assim, Hécate formaria uma tríade divina juntamente com: Kore/Perséfone/Proserpina/Hebe no início do ciclo (que presidem a primavera, fertilidade e juventude) e com Deméter/Ceres/Rhéa – regentes da maturidade, colheita e gestação.
  • Khtonia, é a senhora da sabedoria, padroeira do inverno, da velhice e das profundezas da terra.
  • Trívia é, em Roma, a “dea triformis“, tríplice, patrona da feitiçaria e das práticas mágicas. Era invocada nas doenças, dado o seu poder de cura, regente dos espectros e dos espíritos. Por ser uma divindade de culto mais popular do que os “figurões” do Olimpo e das histórias de Homero, seus domínios como Trívia se aproxima dos regidos por Ártemis e Diana, sendo conhecida como “a que atira longe”, lunar, dona do Bosque e do Lago de Nemi.

QUE A GRANDE SENHORA DAS ENCRUZILHADAS ESTEJA CONOSCO! KHAIRE HECATE



FONTES:
https://cucinastrega.wordpress.com/2015/07/24/quem-e-hecate/
http://portal-dos-mitos.blogspot.com.br/2014/02/hecate.html
http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2011/10/hecate-deusa-dos-caminhos.html







FALANGE DOS CAVEIRA

Muito conhecida e cultuada na Umbanda e outros cultos irmãos, a Falange dos Caveiras além de amada é muito mal compreendida.
Primeiro temos que desmistificar os nomes magísticos que os guias usam na Umbanda. Diferentemente dos espíritos ao manifestarem-se na linha espirita os guias de Umbanda agrupam-se em falanges, linhas e agrupamentos de acordo com a finalidade de seus trabalhos e/ou conhecimentos, habilidades.
Então, um Caveira não é um espirito que morreu queimado, ou que se apresenta no mediunismo em forma cadavérica. Já devíamos ter passado desta fase mitológica da religião. E nem todo espirito da Falange dos Caveira terá a mesma história, vivência, gostos ou formas de atuação. Então não desperdice seu tempo com textos que inclinam-se a isso.
Cada espirito é um, individual.Caveira é sua função. Assim como psicologo, advogado, médico. Tem formações semelhantes, mas com vivências, olhares, e projetos diferentes. Assim como médicos formados em Universidades diferentes terão atuações semelhantes mas não idênticas, Caveiras atuando em diferentes terreiros ou casas espirituais, terão semelhanças mas diferenças de acordo com a moral e os costumes do lugar.

Geralmente, e isso não é regra, são espíritos atuando sob a irradiação de Obaluaê, Nanã e Iansã. Podem ser responsáveis por ajudar no desencarne, desligamento do perispírito do corpo físico, recuperação da saúde. O inverso também acontece, muitos Caveiras auxiliam no reencarne no processo de aliar o espirito à nova configuração física. Por atuarem entre a vida e a morte, alguns Caveiras, tornam-se excelentes conselheiros para casos de términos de sonhos e de superação do luto.
Alguns dos guias que atuam nesta falange apresentam-se como:
EXU CAVEIRA, TATA CAVEIRA, JOÃO CAVEIRA, ROSA CAVEIRA, EXU CAVEIRINHA, SETE CAVEIRAS, MOLAMBO, ROSA NEGRA.

#OrgulhodeSer LGBT+ e a espiritualidade

Dia 28 de junho é marcado pela celebração do dia Internacional do Orgulho LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, e outras formas de identidade de gênero e sexualidade não cis hetero), e as religiões sempre foram lugares de discriminação, preconceito e ódio a essa parcela da sociedade humana. Mas como que a espiritualidade enxerga as diferentes expressões de gênero e sexualidade? É sobre isso que esse texto trata.

As pessoas LGBT ainda sofrem diariamente preconceito, discriminação, intolerância. O Brasil, dito um país aberto e tolerante, é o que mais mata pessoas trans no mundo. Temos umas das bancadas politicas mais retrogradas das Américas e é composta sobretudo por pessoas provindas dos seguimentos religiosos.

Fugindo do dogmatismo das religiões, a espiritualidade vem desde sempre nos fazendo repensar a estrutura dogmática das coisas. Já em 1857 os espíritos questionam a binaridade de gênero respondendo a questão número 200 do Livro dos Espíritos " Os Espíritos têm sexo?

 — Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos.

 201. O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência, e vice-versa?

 — Sim, pois são os mesmos Espíritos que animam os homens e as mulheres.

 202. Quando somos Espíritos, preferimos encarnar num corpo de homem ou de mulher?

 — Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que ele tiver de sofrer."

Ou seja, aquilo que realmente somos, Espíritos, não está preso aos estereótipos de gênero. Aquele que hoje se orgulha de ser "machão" pode ter animado um corpo feminino em precedente encarnação. Estar nas duas polaridades é essencial para a evolução do espírito. 

Embora a maioria dos espíritas concorde em dizer que a pessoa homossexual é um espirito que animando sucessivamente um corpo de determinado gênero enfrenta a encarnação em gênero oposto, tendo dificuldade em adaptar-se nas novas modalidades. Mas somos levados a descrer disso, visto já termos acesso a casais homossexuais na erraticidade. O primeiro que encontrei foi na obra psicografa "Cidade dos Espíritos" onde passeando por Aruanda, Ângelo Inácio conhece vários casais moradores da cidade, entre eles um casal homossexual. Trecho: 
" (...) Mal o pai-velho encerrou aquelas explicações, fui surpreendido por um grupo de homens que passavam de mãos dadas, alguns trocando afagos discretos, carinho e demonstrando um afeto tão natural que me surpreendi com o que via. Outra turma menor, de mulheres, espíritos femininos, também passeava abraçada, lado a lado, ou também de mãos dadas, evidenciando certo tipo de comportamento social que, à época, ainda era muito mal compreendido na Terra. Tratava-se decididamente de homossexuais. E isso me chocou, pois não sabia que do lado de cá encontraria com tamanha naturalidade espíritos que se definiam sexualmente dessa maneira ou adotavam essa identidade – nem soube como dizer.

- Aqui todos são vistos com a mesma naturalidade, Ângelo. Fora da matéria, não há por que ninguém esconder-se com medo de ser rejeitado. É certo que encontramos ainda algumas cidades espirituais cujos administradores são muito religiosos e ligados a uma forma de pensar arcaica ou medieval, vamos dizer. Nesses casos, espíritos que, diante de sua constituição energética, identificam-se como gays ou homossexuais, provavelmente não serão vistos com a naturalidade com que os vemos aqui.  

Antes que Pai João continuasse, fomos abordados por dois namorados, espíritos em forma masculina, que pediram licença para se dirigir ao pai-velho.
- Desculpe, meu pai – falou um dos rapazes. Permaneceram de mãos dadas com a maior naturalidade, decerto sabendo que não seriam discriminados nem recriminados. – Queríamos que o senhor pudesse nos dar a honra de abençoar nossa união.

- Claro, meus filhos! Afinal, vocês terem se reencontrado, depois de tantas dificuldades, e reatado seu amor é algo que merece ser festejado. Para quando será a cerimônia? Preciso me preparar, sem que afete outros compromissos. (...)"

Ou seja, pelo visto no livro, há homossexualidade entre os espíritos, portanto não é uma questão de não adaptação ao novo corpo. Aliás tal afirmação também o é lgbtfóbica. Vale lembrar também nessa questão que Emmanuel diz em "Sexo e Destino" que o espirito reencarnaria com pré disposição a bissexualidade, ideia semelhante é encontrada em Jung.

Outro espírito que tratou do assunto foi Ramatis. Perguntado se a homossexualidade fere as leis universais responde:
 " A homossexualidade, portanto, de modo algum pode ofender as leis espirituais, porquanto, em nada, a atividade humana fere os mestres espirituais, ", continua dizendo que somente a lei da reencarnação pode ajudar a solucionar as motivações da homossexualidade. 

Saindo um pouco das questões doutrinárias do espiritismo, que visam entender a questão LGBT+, visando vir para a pratica, muitos percebem a enorme quantidade de LGBT's nas religiões não tradicionais sobretudo a Wicca e a Umbanda. O primeiro motivo para isso é a aceitação dessas religiões a sexualidade das pessoas. Para essas doutrinas espiritualistas o que importa é o caráter da pessoa e não sua orientação sexual. É comum inclusive vermos casamentos homoafetivos sendo celebrados nestas religiões. Um sonho meu inclusive!

Na Umbanda e no Candomblé existem inclusive divindades LGBT. Ossain por exemplo, que em alguns lugares assume o aspecto feminino, mas sobretudo pela sua ligação (amorosa será?) com Oxóssi. Oxumarê, que em algumas tradições é metade do tempo homem metade do tempo mulher. Logun Edé também passa por periodos de aspecto masculino e outros de aspectos femininos. Mas não caiamos no ridículo de dizer que a pessoa é LGBT por ser filho de um desses orixás e muito menos por trabalhar com Pombo Gira, ideia machista, lgbtfóbica e sem a minima fundamentação. Já falamos sobre, dê uma olhada clicando aqui.

No paganismo é mais que natural a sexualidade lgbt. Zeus teve relações homossexuais com Ganimedes. Algumas tradições do deus Freyr incluíam ato de sexo homossexual, tradições xamânicas consideram a androgenia o estado de êxtase espiritual desejado. Loki tem uma relação homossexual (apesar de estar transformado em égua) com o construtor de um muro e é frequentemente chamado de "afeminado" pelos outros deuses. Thor veste-se de mulher em uma de suas lendas.



Pode-se ver então que a homossexualidade como todas as outras formas de expressar a sexualidade é normal, natural, divinamente aceitável para a espiritualidade.

Para que o texto não fique demasiado grande deixo para outra oportunidade trazer aqui a visão do cristianismo sobre a vivência LGBT, pois embora a maioria demonstre preconceito, existem cristãos que são de fato cristãos.

Algumas criticas que eu preciso fazer. Ao pesquisar para escrever este texto, me deparei com várias citações por parte principalmente dos espiritas e depois dos umbandistas, que associavam LGBT's com perversão e luxúria sem limites. Irmãos espiritas e umbandistas, isso também é LGBTfobia. Ser LGBT em nada tem a ver com promiscuidade e devassidão. Outro ponto é a invisibilidade que mesmo essas filosofias mais abertas fazem com as demais letras. Os homossexuais e sobretudo os masculinos, são estudados, ouvidos, acolhidos. Mas as lésbicas são invisibilizadas, os bissexuais excetuando uma citação de Emmanuel praticamente não existem, e as pessoas trans ainda são olhadas com estranheza, ao ponto de alguns umbandistas recentemente terem destilado transfobia em seus facebooks.

Os espiritualistas pagam de abertos, acolhedores, e de todas as opções disponíveis o são, mas ainda há muito o que avançar. 

SE VOCÊ É LGBT E VEIO ATÉ AQUI:

Saiba que o DEUS, a DEUSA, os Orixás, Espíritos e também eu, amamos, entendemos e acolhemos você.

Você não está doente, não é anormal e não precisa de cura. Seja livre para ser aquilo que quiser. Liberte-se.

E CASO PRECISE DE AJUDA NÃO HESITE EM NOS PROCURAR, TANTO AQUI NOS COMENTÁRIOS, NO NOSSO CAMPO DE CONTATO, NO FACE https://www.facebook.com/espiritualismonarede/, ESTAMOS COM VOCÊ!

SE VOCÊ É PA/MÃE DE ALGUÉM LGBT:

Aceite e ame seu filho e sua filha, só disso que ela e ela precisa AMOR!


Sabbaths das Bruxas - Yule




Dando continuidade a série de textos sobre a Roda do Ano e sobre as principais celebrações da bruxaria e do paganismo vamos ver um pouco hoje sobre Yule, a celebração do nascimento do deus, que acontece no Solstício de Inverno, aproximadamente no dia 21 de junho aqui no Hemisfério Sul.

Astronomicamente falando, nesta data o a Terra começa novamente a aproximar-se do Sol em sua translação e por isso os dias começam a ficar mais longos, mas ainda assim não tão quentes. É o menor dia do ano tendo a noite mais longa da Roda. Embora seja o ápice do frio é uma data de esperança, de vitória e de vida nova.

A deusa ainda anciã carrega no ventre o menino da promessa a quem dará a Luz na data de Yule, transformando-se na Mãe, que carrega o deus menino no colo e o alimenta com o leite de seus seios.

É impossível falar de Yule sem mencionar o natal cristão. Cristo sendo uma das representações do culto solar acabou sendo reverenciado pela igreja na mesma data a fim de facilitar a conversão dos pagãos da época. E assim muitos dos costumes de Yule hoje são tradições do Natal cristão.

Tradições de Yule

Árvore de Yule

Com o intuito de preservar a vida das plantas e também dos espíritos ligados a elas, os antigos traziam neste período do ano as árvores para dentro de casa, dentre elas o pinheiro. Dentre tantas árvores o pinheiro é uma das que permanece viva e verde mesmo nos dias frios de inverno. Por esse motivo foi associada ao Yule por simbolizar a esperança da vida que o deus nos trará ao renascer.

Nela eram penduradas velas para iluminar e também afastar o gelo, eram colocados presentes para os espíritos da natureza, além de serem pendurados desejos e pedidos que eram energizados pela vida do deus presente na árvore.

A árvore de natal tem origem nesta tradição

Tora de Yule

Além da árvore, uma tora de madeira era decorada e enfeitada com velas, simbolo do deus menino. Ela era acesa durante a noite do solstício e queimada no Yule da roda seguinte sendo substituída por uma nova.

A decoração geralmente é feita com duas velas verdes simbolizando o deus e uma vermelha ao centro simbolo da deusa. Outra opção e usar uma vela preta, uma branca e vermelha simbolizando a deusa tríplice. Pode-se deixar a tora em local de destaque na sua casa ou altar, como representação da vida sempre presente.






Bonecas de Milho



As bonecas eram confeccionadas e eram levadas de casa em casa com canções típicas da época.



Celebrar Yule é celebrar a vida e o fogo em todas as suas formas.






Correspondências de Yule

Cores: vermelho, verde, dourado e branco
Ervas: Alecrim, hibisco, louro

Ritual de Yule



Tudo que você tradicionalmente conhece que é feito no Natal pode ser feito no Yule. Uma ceia feita com carinho, troca de presentes, enfeitar uma arvore. Pode acender velas em todos os cômodos da casa. 
Eu costumo celebrar Yule junto com o aniversário de meu irmão, então celebro a vida do deus presente na vida do meu irmão.

O que você considera celebrar a vida? Dançar, cantar? Faça isso! É fazer um ritual segundo as antigas tradições? Faça isso. O importante no Yule (e em todas celebrações) é conectar-se com a energia emanada pelo deus e pela deusa.

Happy Yule. Blessed Be!

Peter Lírio


Confira outros textos sobre bruxaria e paganismo do Espiritualismo na Rede:

Sabbath Mabom
http://espiritualismoeuniversalismo.blogspot.com.br/2017/03/sabbaths-das-bruxas-mabon.html

Toda Mulher é uma Bruxa
http://espiritualismoeuniversalismo.blogspot.com.br/2016/07/toda-mulher-e-uma-bruxa.html

Dicas de músicas pagãs:
http://espiritualismoeuniversalismo.blogspot.com.br/2016/03/dicas-de-musicas-pagas-parte-2.html

http://espiritualismoeuniversalismo.blogspot.com.br/2016/02/dicas-de-musicas-pagas.html

Deus e Deusa na Wicca:
http://espiritualismoeuniversalismo.blogspot.com.br/2016/02/deus-e-deusa-no-paganismo-por-riach-ewen.html

Eficácia da Prece - Considerações


A frase citada na imagem acima é narrada no livro "Obreiros da Vida Eterna" psicografia do espírito André Luiz pela mediunidade cristã de Chico Xavier, durante tarefa de amparo a um irmão desencarnado nas zonas escurecidas do falso pensamento religioso. Na narrativa André nos conta como Zenóbia, após fervorosa prece devotada a deus recebe salutar energização e é prontamente respondida conseguindo portanto dar prosseguimento ao amparo de irmão Domênico.

Mas o que é a prece? A prece é uma invocação que nos liga ao ser espiritual à qual ela é dirigida. Por ela nos ligamos a deus, aos espíritos superiores, enviamos vibrações aos irmãos em sofrimento, doamos nossa energia mental aos espíritos trabalhadores, para situações específicas.

Podemos orar por nós mesmos, por outras pessoas, por lugares, por grupos de pessoas. Ou seja, não há contra indicações de endereçamento de orações. Para a doutrina espírita a prece tem no mínimo três finalidades, agradecer, louvar e pedir.

Quando dirigimos nossas orações à deus, ou aos Orixás são os espíritos superiores encarregados de sublime tarefa que respondem ao nosso chamado e segundo nosso merecimento e necessidade atuam favoravelmente ou não em resposta a nossa prece. Muitas vezes nosso mentor mais próximo, também conhecido como anjo de guarda que ouve nossa prece e se prontifica em atende-la ele mesmo, ou solicitando auxilio de algum irmão que possa nos amparar.

Não são as quantidades de palavras ou demonstrações externas que qualificam a prece, mas sim a situação mental do individuo em estado de oração.  Em "A Gênese" Kardec diz:

"O pensamento produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral".

Palavras repetidas só terão eficácia se devidamente energizadas com o elevado padrão vibratório e estado meditativo de quem ora. Embora potencializadas pelas egrégoras que as sustentam orações populares como " Pai Nosso", "Ave Maria" não possuem nenhum poder em si mesmas se não alinhadas ao estado elevado de pensamento e meditativo das palavras que estão sendo repetidas. Sabe-se contudo do uso benéfico de determinadas orações deste tipo durante processos de desobssesão devido á enorme carga vibratória que exerce sobre a mente dos espíritos ainda ligados a dogmas religiosos terrenos. É importante frisar bem que é o pensamento que dá qualidade curativa aos fluidos.

A principal importância da prece contudo está em auxiliar a quem ora na importantíssima tarefa de asseio do psiquismo. Durante a prece eficaz, todos os corpos são potencializados positivamente pelos eflúvios curativos e balsâmicos, trazendo à luz da consciência os pormenores do inconsciente que aliado ao estudo do evangelho produz a reforma intima. É também durante a oração que nosso estado mental se adéqua e se sintoniza com padrões superiores da existência permitindo a atuação dos mentores da Luz no campo da mediunidade intuitiva, cooperando com conselhos salutares para melhor vivência na matéria segundo os padrões louváveis do evangelho redivivo de Jesus.

Deus atende a nossas preces? Conforme visto acima, toda prece verdadeira é ouvida pelos espíritos superiores e portanto chegam na hierarquia de Luz e a deus por consequência. Nem toda prece contudo é respondida afirmativamente. Conforme venho dizendo desde as lides da Assembléia de Deus, a resposta de Deus as nossas orações também pode ser um não. Quantas vezes a semelhança dos pais terrenos deus nos priva de nossos desejos a fim de providenciar melhores e mais eficazes meios de nos fazer evoluir. Como os pais terrenos que negam pedidos aos filhos pequenos com o intuito de lhes proteger, o pai amabilíssimo nos priva de nossos pedidos infantis. Oscar Wilde dizia que quando os deuses querem nos castigar eles atendem as nossas orações.

As orações não mudam os planos de deus, mas tem a finalidade de fazer com que os que oram se sintonizem as diretrizes dos planos de deus. Como sempre disse, a oração não muda deus, mas nos muda para deus.

Em que momento orar? Paulo nos incita a orar sempre ( 1 Tessalonicenses 5:17), isso não significa estar sempre de olhos fechados e mãos juntas, mas estar sempre em estado de prece, com o coração vigilante. Alias, o divino amigo nos alerta que a vigilância deve sempre acompanhar a oração (Mateus 26:41)  É aconselhável a oração em momentos de perigo, na busca por respostas, antes e depois de encontros e reuniões mediúnicas, e sobretudo antes de dormir.

Porque este imperativo de sempre orar antes do repouso físico do sono? É sobretudo durante o sono que ao desligar-se temporariamente do envolucro carnal que nosso espirito encontra seus semelhantes vibratórios. Ao orar antes de dormir auxiliamos o processo de elevação moral e vibratória do nosso espirito facilitando seu contato com seres de elevada situação espiritual e afastando eficazmente aqueles que poderiam desviar-nos da missão.

Costumo seguir um modelo de prece dividida em quatro etapas, sintonizar, agradecer, pedir e enviar.

Sintonizar: Momento de inicio da prece onde faz se a sintonização mental por meio da invocação da presença de deus, dos anjos guardiões e dos mentores espirituais.

Agradecer: Como a gratidão é uma das mais poderosas ferramentas de mudança de padrão energético, e um maravilhoso calmante para os pensamentos diários, após a sintonização agradece-se pela vida, pelas bençãos e oportunidades do dia a dia.

Pedir: Ainda envolto no sentimento de gratidão, solicitamos aos espíritos, Orixás e a deus aquilo de que somos necessitados. Podemos também pedir por outrem, inclusive por irmãos desencarnados e pelo Brasil.

Enviar: Após sintonizar, agradecer e pedir é chegado o momento de doar-se. Neste momento disponibilizamos ao Universo um pouco da nossa energia anímica, do nosso ectoplasma, e nos dispomos ao trabalho.

Essas foram algumas considerações sobre a eficácia da prece, baseada nas obras de André Luiz, Emanuel e no Evangelho Segundo o Espiritismo. No próximo texto vou trazer algumas frases sobre a oração. Fiquem ligados.

Eficácia da Prece - Evangelho Segundo o Espiritismo

5 – Por isso vos digo: todas as coisas que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que assim vos sucederão. (Marcos, XI: 24)
            6 – Há pessoas que contestam a eficácia da prece, entendendo que, por conhecer Deus as nossas necessidades, é desnecessário expô-las a Ele. Acrescentam ainda que, tudo se encadeando no universo através de leis eternas, nossos votos não podem modificar os desígnios de Deus.
            Há leis naturais e imutáveis, sem dúvida, que Deus não pode anular segundo os caprichos de cada um. Mas daí a acreditar que todas as circunstâncias da vida estejam submetidas à fatalidade, a distância é grande. Se assim fosse, o homem seria apenas um instrumento passivo, sem livre arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a fronte ante os golpes do destino; sem procurar evitá-los; não deveria esquivar-se dos perigos. Deus não lhe deu o entendimento e a inteligência para que não os utilizasse, a vontade para não querer, a atividade para cair na inação. O homem sendo livre de agir, num ou noutro sentido, seus atos têm, para ele mesmo e para os outros, consequências subordinadas às suas decisões. Em virtude da sua iniciativa, há portanto acontecimentos que escapam, forçosamente, à fatalidade, e que nem por isso destroem a harmonia das leis universais, da mesma maneira que o avanço ou atraso dos ponteiros de um relógio não destrói a lei do movimento, que regula o mecanismo do aparelho. Deus pode, pois, atender a certos pedidos sem derrogar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, dependendo sempre o atendimento da sua vontade.
            7 – Seria ilógico concluir-se, desta máxima: “Aquilo que pedirdes pela prece vos será dado”, que basta pedir para obter, e injusto acusar a Providência se ela não atender a todos os pedidos que lhe fazem, porque ela sabe melhor do que nós o que nos convém. Assim procede ao pai prudente, que recusa ao filho o que lhe seria prejudicial. O homem, geralmente, só vê o presente; mas, se o sofrimento é útil para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa o doente sofrer a operação que deve curá-lo.
            O que Deus lhe concederá, se pedir com confiança, é a coragem, a paciência e a resignação. E o que ainda lhe concederá, são os meios de se livrar das dificuldades, com a ajuda das ideias que lhe serão sugeridas pelos Bons Espíritos, de maneira que lhe restará o mérito da ação. Deus assiste aos que se ajudam a si mesmos, segundo a máxima: “Ajuda-te e o céu te ajudará”, e não aos que tudo esperam do socorro alheio, sem usar as próprias faculdades. Mas, na maioria das vezes, preferimos ser socorridos por um milagre, sem nada fazermos. (Ver cap. XXV, nº 1 e segs.)
            8 – Tomemos um exemplo. Um homem está perdido num deserto; sofre horrivelmente de sede; sente-se desfalecer e deixa-se cair ao chão. Ora, pedindo a ajuda de Deus, e espera, mas nenhum anjo vem lhe dar de beber. No entanto, um Bom Espírito lhe sugere o pensamento de levantar-se e seguir determinada direção. Então, por um impulso instintivo, reúne suas forças, levanta-se e avança ao acaso. Chegando a uma elevação do terreno, descobre ao longe um regato, e com isso retoma a coragem. Se tiver fé, exclamará: “Graças, meu Deus, pelo pensamento que me inspiraste e pela força que me deste”. Se não tiver fé, dirá: “Que boa ideia tive euQue sorte eu tive, de tomar o caminho da direita e não o da esquerda; o acaso, algumas vezes, nos ajuda de fato! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me haver deixado abater!”.
            Mas, perguntarão, por que o Bom Espírito não lhe disse claramente:”Siga este caminho, e no fim encontrarás o que necessitas”? Porque não se mostrou a ele, para guiá-lo e sustentá-lo no seu abatimento? Dessa maneira o teria convencido da intervenção da Providência. Primeiramente, para lhe ensinar que é necessário ajudar-se a si mesmo e usar as próprias forças. Depois, porque, pela incerteza, Deus põe à prova a confiança e a submissão à sua vontade. Esse homem estava na situação da criança que, ao cair, vendo alguém, põe-se a gritar e espera que a levantem; mas, se não vê ninguém, esforça-se e levanta-se sozinha.
            Se o anjo que acompanhou a Tobias lhes houvesse dito: “Fui enviado por Deus para te guiar na viagem e te preservar de todo perigo”, Tobias não teria nenhum mérito. Foi por isso que o anjo só se deu a conhecer na volta.

CENTENÁRIO DA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA EM FÁTIMA

Hoje é mais um dia, um dia 13 de maio, tão marcante e tão sagrado para mim. Dia da abolição da escravatura, onde deveríamos comemorar a liberdade, mas é um dia para "Temer" reformas trabalhistas que podem nos fazer voltar à escravidão. Dia que tradicionalmente nos conectamos com a energia dos amados e amadas Pretos e Pretas Velhas, e também é dia de comemorar o centenário da aparição de Mãe Maria em Fátima.

Sempre desde criança fui apaixonado por Ns de Fátima, olhar para aquele rosto sereno expandindo paz, aqueles olhos de Mãe Amabilíssima, que foram agraciados em vida por poderem ter olhado ao rosto infante do divino amigo Jesus. Sempre que ia à Joinville visitar minha bisavó Helena, rezávamos juntos o terço em latim aos pés da Mãe de Fátima. Acompanho desde jovem minha vó Iracema rezando o santo terço pela paz na família, e agraciada por Maria esta paz tem sido cada vez mais reinante.

Maria apareceu como boa mãe que é,  primeira vez a três crianças, em 13 de maio de 1917, na Cova da Iria, onde Lúcia, Francisco e Jacinta pastoreavam o rebanho do pai. Lúcia descreve Maria da seguinte forma: 
uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”
Continua dizendo:
“As mãos, trazia-as juntas em oração, apoiadas no peito, e da direita pendia um lindo rosário de contas brilhantes como pérolas, terminando por uma cruzinha de vivíssima luz prateada. [Como] único adereço, um fino colar de ouro-luz, pendente sobre o peito, e rematado, quase à cintura, por uma pequena esfera do mesmo metal”
E abrindo as mãos pela primeira vez, das quais raios de luz saem brilhantes abençoa as crianças e sobe em direção aos céus. Na segunda vez em que aparece além das crianças mais cinquenta pessoas estavam presentes a Cova, Maria solicita que elas aprendam a ler e que rezem diariamente o Santo Terço.

Foi na terceira aparição, à qual Lúcia não quis ir, mas foi segundo ela "impelida por uma força impossível de resistir" que Maria revelou seus segredos. Após isso os três foram presos mas logo soltos.  Na sexta e última aparição cerca de setenta mil pessoas além das crianças estavam no local. Maria novamente pediu para que rezassem o terço todos os dias pedindo pela paz e prometeu o fim da guerra para breve. Conta-se inúmeros relatos de milagres atmosféricos ocorrendo durante as aparições.

Maria parte novamente para os céus, deixando a promessa de retornar uma sétima vez.  Muito se falou e ainda se fala sobre os segredos de Nossa Senhora, mas não é isso que mais me chama atenção nessa história.

O que me comove, é que Maria, a Mãe do Mestre, não apareceu para os sacerdotes, religiosos, doutores da lei ou filósofos, mas cumprindo as palavras de seu Filho revelou-se aos pequeninos (Mateus 11: 25). De tudo que a Mãe Amada nos pediu, o que mais incansavelmente pediu foi que nos dedicássemos a oração. Quão poderosa arma de cura, de amor e de transformação é a oração.

Embora Maria seja um símbolo sagrado do Cristianismo, uma religião que hoje está contaminada pelo machismo, Maria é a sobrevivência do Sagrado Feminino, é  a permanência da Antiga Mãe no trono masculino do céu romano. Pois a Deusa não morre, ela é tanto amor e sabedoria que se molda para sobreviver. Então, deixemos de lado a religião que segrega, e nos limitemos em conectarmo-nos com o Sagrado que é livre, e então, unidos e unidas elevamos nossas mentes em oração solicitando a Mãe Amiga a paz e a esperança para nós, nosso País e o Mundo:
  

AVE MARIA CHEIA DE GRAÇA
BENDITA SOIS VÓS ENTRE AS MULHERES
E BENDITO É O FRUTO DO VOSSO VENTRE
            JESUS

SANTA MARIA MÃE DE JESUS
ROGAI POR NÓS TEUS FILHOS E TUAS FILHAS
AGORA E NA HORA DA NOSSA VITÓRIA
SOBRE O PECADO A DOENÇA E A MORTE!

Vinde Nossa Senhora, Não Tardeis!


Machado de Xangô - Conto - Parte Final

Astolfo percebeu-se então diferente, com várias presenças lhe observando. Ele podia ver e ouvir a chuva caindo cada vez mais forte porém não sentia seu corpo molhando. Sentia um frio, mas um frio que vinha de dentro, como se o coração dele tivesse congelado.

Avista então um senhor de pele e vestes brancas, cabelos louros que lhe comunica estar desencarnado e que lhe convida a ir embora daquele lugar. Ele recusa, dizendo estar vivo, e que de maneira alguma poderia ter morrido, mas nem terminara de falar ele se depara com seu corpo no chão sem vida. Desesperado e sem acreditar estar morto ele é abraçado e acolhido pelo homem de vestes brancas. Ao lado do corpo de Astolfo no plano físico, uma pequena multidão se formara. Tinham chamado a ambulância, mas quem apareceu primeiro foi a jovem ruiva, médium a quem momentos antes Astolfo havia encontrado. Ela pede silêncio e com uma autoridade surpreendente fala ás pessoas:

- Não precisa chamar nada e nem ninguém. Avisem a família que ele desencarnou. Xangô veio buscar seu filho. Vejam, ele foi atingido por um raio. Enterrem ele em cova rasa, mas deixem a cabeça de fora. Quando for de manhãzinha o coitado revigora.

E assim foi feito. Enterraram o corpo de Astolfo e mais um raio caiu junto a sepultura e a chuva acabou. O céu outrora negro, agora resplandecia com a luz da lua e inúmeras estrelas. Do outro lado da vida, entregue ao homem de vestes brancas, Astolfo descobre estar sob o controle de um antigo obssessor.

- Pois é, mais um idiota enganado pela alvura de minhas vestes. Bando de racista. Como se a cor das vestes de alguém definisse sua posição no plano espiritual. - e começou a detalhar tudo o que trouxera Astolfo até ali.

Do lado de cá, entre os encarnados, Vó Juventina mais uma vez incorporada em sua médium, reúne os trabalhadores e as trabalhadoras de seu terreiro para um momento de prece em benefício de Astolfo. Atendendo ás súplicas sinceras daquela reunião, um Exu da falange dos Caveira que havia sido orientado para cuidar e trabalhar na mediunidade do recém desencarnado, incorpora em uma das médiuns daquela casa santa.

- Hahaha- veio ele gargalhando - Salve a todos os filhos salve Vó Juventina. Peço licença para usar este aparelho mediúnico um pouco, para pedir que continuem em vibração por meu filho. Estou indo busca-lo.

Após algumas explicações de cunho magístico Exu Caveira e Vó Juventina iniciaram o trabalho de resgate de Astolfo. Quando por fim conseguiram resgata-lo, o sol já brilhava no horizonte, Vó Juventina agradeceu o compromisso de todos e todas as médiuns e desacoplou de sua médium. 

Saíram todos do terreiro e dirigindo-se a Calunga foram levar uma flor para o Astolfo. Chegando lá, seu corpo não mais ali estava, no seu lugar, um machado de pedra. Todos se olharam e juntos bradaram:

- Kaô Kabecilê!


- Conto baseado na canção "Machado de Xangô" interpretada por Juçara Marçal e Kiko Dinnucci no Álbum "Padê" sob a  inspiração do Sr. Exu Mirim Caveirinha e Vô Joaquim.


O Machado de Xangô - Conto. Parte 2

Quando finalmente conseguiu sair do terreiro e dirigir-se para casa já havia definitivamente anoitecido. E o céu, outrora límpido agora estava escuro, sem nenhum sinal de luz da lua ou de quaisquer estrelas.

Astolfo foi pensativo no caminho para casa, divagando pelas ruas enquanto tentava assimilar o que havia ocorrido. Ele que fora criado em seio espiritualista, teve a mãe como dirigente de um terreiro e o pai como médium trabalhador de uma casa espiritualista, cresceu entre sons de atabaque, de defumações e saias brancas longas passando por ele enquanto brincava na sala de casa. Sua maior alegria na infância era o mês de setembro quando sabia que iria comer caruru e muitos doces nas festas de Ibeji que sua mãe realizava.

Quando chegou na adolescência, junto com as mudanças no corpo, crescimento de barba, puberdade, outras coisas começaram a surgir. Astolfo começou a sentir coisas, a ouvir vozes e foi procurar a mãe. Mãe Joana como era conhecida disse o que o jovem já desconfiava, ele era médium. A sacerdotisa o aconselhou a terminar os estudos, aproveitar um pouco mais a juventude e depois começar a educação mediúnica. Astolfo seguiu os conselhos da mãe.

Ao terminar o ensino secundário ele passa no vestibular para o curso de Direito, sempre quisera ser advogado, e muda-se de cidade, indo morar na capital do estado. Um pouco antes de mudar-se Astolfo visita a mãe em sua casa para pedir-lhe axé na nova jornada. A dirigente lhe prepara alguns banhos e preceitos. Um pouco antes de despedir-se do filho ela o relembra que é médium e que agora ele já possui idade e condições de educar sua mediunidade, seja em um terreiro como este ou em qualquer outro lugar.

Passam-se alguns anos e o jovem Astolfo agora um quase formado advogado esqueceu-se completamente de sua mediunidade, em nas noites em que poderia estar estudando e dedicando-se ao seu aprimoramento pessoal, ele gasta em bares, boates, jogos. Não que isso seja repreensível, é salutar o divertimento, mas jamais em decorrência da negligência consigo mesmo.

Em uma dessas noites, o jovem conhece Cleone, uma jovem estudante de psicologia. Eles começam a sair e depois de algum tempo estão apaixonados. Ambos terminam os estudos no mesmo periodo e então resolvem se casar. Cleone que tivera feito seu TCC sobre o inconsciente freudinano nas religiões brasileiras começou a frequentar uma tenda espiritualista e hoje era médium da casa, descobrindo-se filha de Obá.

Pouco antes do tão esperado dia do casamento, que ocorreria somente no cartório pois Astolfo recusou-se totalmente a ganhar as bençãos dos Orixás na casa onde Cleone era médium, numa das sessões de atendimento Obá manifestou-se mediunicamente em sua filha advertindo-a dos perigos que viriam nesta união, pedindo à filha que caso quisesse mesmo entrar em matrimônio com Astolfo que tivesse sempre muito cuidado e que não "perdesse sua orelha por amor".

Os anos foram se passando, os filhos vindo e Cleone já estava na terceira gestação. Astolfo cada dia mais distante da família, tornara-se um advogado famoso, porém envolvido em esquemas de corrupção no governo de onde vinham seus maiores clientes. Foi com uma de suas clientes, uma senadora da base aliada de um governo que vinha promovendo um golpe na democracia que Astolfo começou a trair Cleone.

Cada vez mais envolvido em corrupção, Astolfo também começa a beber, já que  "um abismo atrai outro". Já quase não para mais em casa estando sempre em Brasília ou com os "amigos" políticos ou com a amante. E foi numa dessas estadias em Brasília tudo isso aconteceu.

Tanto divaga em pensamentos que Astolfo nem apercebeu-se que havia começado uma tempestade. Chovia copiosamente e o advogado estava ensopado. Já passava das dez horas e não havia nada aberto onde ele pudesse encontrar abrigo. Ligou para a amante mas essa não atendeu suas ligações, de igual maneira seus clientes que estavam todos na casa do então presidente discutindo uma reforma trabalhista. Astolfo lembrou-se de que era filho de Xangô e rogou ao senhor dos raios que lhe ajudasse. Ao terminar a oração, o tempo parece que tinha parado. Ele sente uma forte presença e se vira para ver quem é.

- continua....

O Machado de Xangô - Conto

Noite de quarta-feira, Astolfo sai pontualmente do serviço ás 18:30 horas em direção a sua casa e ao merecido descanso. Merecido ao seu ver pois na verdade Astolfo procrastinou praticamente o dia todo deixando o recém contratado estagiário sobrecarregado, além de culpá-lo por não ter conseguido terminar todos os relatórios em tempo.

No caminho para casa, que hoje Astolfo está fazendo a pé, ele passa por uma pequena casa de madeira, repleta de flores no portão, com som de palmas vindo de dentro e um forte perfume de ervas. Está diante de uma casa espiritualista, uma pequena tenda caseira de Umbanda que está em obrigação à Xangô. Para diante do portão de onde consegue avistar algumas pessoas vestidas de branco, colares coloridos no pescoço, pés descalços. Observando mais um pouco ele consegue avistar uma mesa próxima a uma parede onde estão dispostas algumas imagens. Dentre as imagens Astolfo consegue reconhecer algumas, como a de Jesus com os braços abertos no ponto mais alto da mesa, e também a de Nossa Senhora Aparecida. Outras são familiares porém ele não consegue identificar de onde as conhece. Outras são totalmente desconhecidas como a de um senhor negro sentado num toco e aparentemente fumando um cachimbo, ou a de índios portando arcos e fundas. Mas de todas as imagens a que mais chamou a atenção de Astolfo foi a de um homem negro, usando um saiote vermelho e branco, coroa dourada na cabeça e dois machados nas mãos. Mais tarde ele descobriria que era a imagem representativa de Xangô, Orixá da Justiça, dos raios, do fogo vulcânico e o homenageado da noite.

Uma das pessoas de branco, uma moça loira de aparentemente uns 23 anos,  ao dirigir-se ao portão com um prato de farofa e uma jarra de água, acabou assustando o observador atento ao bater palmas enquanto cantava algumas palavras incompreensíveis a ele, das quais ele se recorda somente de ouvir "Laroie Exu, abre nossos caminhos e protege a nossa engira". Sobressaltado com a repentina aparição Astolfo tropeça nos próprios pés e quase cai não fosse amparado pela moça no portão.

Após recobrar-se do ocorrido, agradece a jovem moça e decide prosseguir caminho à casa. Porém as pernas não obedecem ao comando do cérebro e decidem não se mover. A moça toda prestativa chama uma das pessoas de dentro da casa e juntos levam Astolfo para dentro, que além de imóvel, ficou branco como as roupas usadas pelas pessoas de dentro da casa.

Já dentro do terreiro, envolto pelo cheiro das ervas, som das palmas e depois de receber alguns chacoalzões de outra jovem moça, esta branca mas de cabelos ruivos, que comportava-se como alguém com fortes dores nas costas e usando bengalas, Astolfo recobra a consciência e devagar vai sentindo novamente as pernas.

A jovem ruiva, num vocabulário que lembrava o século XVII pergunta:
- Tudo formoso mizifiô? Mizifiô é bem vindo nesta casa. Xangô trouxe vossuncê até a casa dele pra dizer a vossuncê que mizifiô precisa mudar os modos como anda fazendo as coisas. - fala  a jovem entre uma tragada e outra de um cachimbo - Mizifiô ganhou hoje do Orixá da Justiça a última oportunidade de mudança. Mizifiõ tem agido mal no trabalho, tem maltratado os curumim que faz mais de três luas grande que num vê o pai,e essa nova rabo de saia que vossuncê encontro, vossuncê vai tratar como animal como fez com as outras?

- Quem lhe disse tudo isso? - questiona Astolfo assustado- Que tipo de brincadeira é essa?

- Quem me disse fiô? Ninguém precisa dizer nada pra nega veia não. Nega Veia Vó Juventina vê tudo na aura de vossuncê. A aura da gente é como os traço do dedo, dizem quem somos e o que fazemos. - Responde a jovem, explicando também tratar-se não da moça que ele vê, mas de uma entidade espiritual, uma preta velha, que atende pelo nome de Vó Juventina da Bahia - Vossuncê é médium fio, é mensageiro dos Orixás é cavalo dos guias, e Xangô trouxe filho até aqui pra mostrar caminho novo.

Terminando de falar isso a preta velha faz sinal em direção a um grupo de pessoas que começam a cantar uma cantiga mais ou menos assim:

" São João Batista é Xangô, é dono do meu destinho até o fim. Se um dia me faltar, a fé no meu senhor, que role essa pedra sobre mim"

Ao som do cântico e das palmas que o acompanharam, Astolfo começou a sentir-se estranho, tonto, como se algo, não, como se alguém o empurrasse pelas costas. Algo dentro dele começou a pulsar mais forte seguindo o ritmo das palmas, até que ele perde o comando dos sentidos e seu corpo já não o obedecesse e todos em volta percebem quando Astolfo, agora incorporado com o Orixá Xangô brada:

" Kaô. Kaô"

E enquanto brada, Xangô de posse do corpo de Astolfo, dança, canta e distribui seu axé para os presentes. Vó Juventina levanta-se do toco onde estivera todo esse tempo sentada e prostrasse diante de Xangô, encostando a testa no chão por três vezes. Xangô mediunizado em Astolfo brada " Kaô, Kaô" mais uma vez e desincorpora, ou sobe como explicou Vó Juventina, voltando para o Orun morada dos Orixás.

Astolfo, mais assustado do que nunca estivera em toda sua vida, ao tomar novamente controle e consciência do seu corpo vira-se em direção a saída do terreiro e começa a dirigir-se até ela. Ao cruzar os umbrais da porta ouve a voz de Vó Juventina alertando-o:

- Xangô é duro como a pedra, mas também é misericordioso. Se vossuncê decidir mudar e ser uma pessoa melhor para você e para os outros Xangô muda a sentença, caso permaneça no erro, ainda hoje ele vem buscar mizifiô.


----- Continua-----