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Religiões e Machismo

Todos nós que estamos nesta trilha de aprendizado em busca da Luz ficamos chocados com os recentes acontecimentos em torno da jovem que foi estuprada por aproximadamente 30 homens. Nada novo, pois a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil¹ e é notório que o machismo esta institucionalizado em nossa cultura. O que assusta nisto é que as religiões, instituições que deveriam ligar o homem ao divino, são historicamente locais de propagação da cultura do estupro.

As religiões majoritárias por alguma razão que não nos compete discutir, desviaram-se do planos do Cristo a quem dizem seguir, se assemelhando mais com o Diabo do que com Deus, como recentemente postou o padre Fabio de Melo no seu Snapchat. O Cristo tratava as mulheres com igualdade, falou mansamente com a samaritana, defendeu a adultera, uma mulher lavou seu corpo preparando-o para a paixão. Embora não tenha sido um feminista, e que seus discípulos mais próximos tenham sido homens, ou pelo menos assim a história chegou a nós, para o tempo em que ele viveu ele foi sim um exemplo no trato com as mulheres.

As leis que diminuem a mulher não partiram da boca de Jesus, ou são anteriores a ele, ou são de algum de seus discípulos. A lei de Moisés é extremamente machista, como também é homofóbica, intolerante, escravista, e a ela Jesus veio por fim. Ele cumpriu a lei, não estamos mais sob o jugo dela. Quanto aos discípulos que escreveram em nome dele, o mais machista é Paulo, mas este lendo suas cartas percebe-se uma enorme dificuldade no trato com as mulheres. Fica então a dúvida, seguimos a Jesus ou a Paulo?

Saindo um pouco da cosmovisão cristã que historicamente é machista e preconceituosa, embora alguns cristãos isolados fazem jus ao nome de Jesus, as religiões pagãs, principalmente a Wicca, tem o dever de ser feminista. Como cultuar-se-á uma Deusa, presente em todas as mulheres, e ao mesmo tempo ser conivente com a cultura do estupro? Como celebrar-se-á a Deusa enquanto defende-se legisladores que legislam em nome do machismo e do preconceito? No mínimo isso é burrice. Falta de entendimento do que é Wicca, de quem é a Deusa.

O mesmo vale para os umbandistas e candomblecistas. De nada adianta levar flores para Iemanjá e não fazer nada contra a cultura do estupro. É irracional festejar as Pombo Giras, muitas deles declaradamente prostitutas, ou mulheres que sofreram na mão do machismo, e depois sair do terreiro defendendo estuprador, ou declarando a infeliz frase " mas ela pediu pra ser estuprada, olha a roupa dela, olha onde ela ia, mas até já tinha filho". Guarde suas rosas, não as dê para Iemanjá. Iemanjá não recebe rosas de machistas.

E hoje dia de Joana D'Arc, em algumas casas sincretizada com a Orixá Obá, uma Orixá em que o feminismo é frequente em sua mitologia, assim como na vida mitologica da santa com que é sincretizada. Ambas sofreram nas mãos dos homens. Uma acusada de bruxa, serva do demônio, outra estuprada pelo seu primeiro marido e roubada pelo segundo, que pouco lhe dava atenção. Ambas, ergueram as mãos e foram à luta. Uma tornou-se guerreira, aprendeu ainda mais o manejo da espada, a outra defendeu a França e segundo relatos² tornou-se a Oferenda Divina.

E nós o que estamos fazendo? Será que não estamos propagando a cultura do estupro com nossos atos? As vezes inconscientemente, as vezes por costume. Nas pequenas coisas, nos pequenos ditados, rindo daquela piada machista, compartilhando posts infelizes, assistindo o Danilo Gentili, apoiando políticos machistas, como o Bolsonaro e o Feliciano.

Que nós, pelo menos nós, devotos do Sagrado Feminino possamos honrar nossas deusas, A Deusa, não somente em Esbats, ou em festas na beira da praia. Muito mais que flores e incensos, A Deusa quer que reconhecemos sua existência em cada mulher.

Algumas ações que nós podemos fazer e que não nos custam muito em prol da cultura da igualdade:

* Refletir sobre piadas, post, memes, gif 's entre outros que possam conter, ainda que minimamente conteúdo machista
* Pesquisar e analisar os projetos de lei e semelhantes que tentam institucionalizar a cultura do estupro e quem os criou
* Unir-se ou auxiliar de alguma forma algum coletivo feminista
* Pesquisar os candidatos nestas eleições e saber o que falam, pensam, e fazem a respeito do machismo
* Analisar a conduta dos Partidos Políticos diante da luta feminista
* Lutar pelo ensino de gênero nas escolas para que desde cedo as pessoas entendam o que é igualdade

Outro ponto, quando falamos em mulher, nos referimos a todas as mulheres, cis, trans, homo, hetero. Todas as mulheres.

Que a Deusa, principio sagrado do Feminino em cada um de nós nos auxilie nesta árdua tarefa.


¹ A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/05/cada-11-minutos-uma-mulher-e-violentada-no-brasil-e-ainda-ha-quem-diga-que-culpa-e-da-vitima.html 
² Segundo: MURRAY, A. Margaret. O DEUS DAS FEIICEIRAS.  SÃO PAULO, 2002. Editora Gaia


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