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#OrgulhodeSer LGBT+ e a espiritualidade

Dia 28 de junho é marcado pela celebração do dia Internacional do Orgulho LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, e outras formas de identidade de gênero e sexualidade não cis hetero), e as religiões sempre foram lugares de discriminação, preconceito e ódio a essa parcela da sociedade humana. Mas como que a espiritualidade enxerga as diferentes expressões de gênero e sexualidade? É sobre isso que esse texto trata.

As pessoas LGBT ainda sofrem diariamente preconceito, discriminação, intolerância. O Brasil, dito um país aberto e tolerante, é o que mais mata pessoas trans no mundo. Temos umas das bancadas politicas mais retrogradas das Américas e é composta sobretudo por pessoas provindas dos seguimentos religiosos.

Fugindo do dogmatismo das religiões, a espiritualidade vem desde sempre nos fazendo repensar a estrutura dogmática das coisas. Já em 1857 os espíritos questionam a binaridade de gênero respondendo a questão número 200 do Livro dos Espíritos " Os Espíritos têm sexo?

 — Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos.

 201. O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência, e vice-versa?

 — Sim, pois são os mesmos Espíritos que animam os homens e as mulheres.

 202. Quando somos Espíritos, preferimos encarnar num corpo de homem ou de mulher?

 — Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que ele tiver de sofrer."

Ou seja, aquilo que realmente somos, Espíritos, não está preso aos estereótipos de gênero. Aquele que hoje se orgulha de ser "machão" pode ter animado um corpo feminino em precedente encarnação. Estar nas duas polaridades é essencial para a evolução do espírito. 

Embora a maioria dos espíritas concorde em dizer que a pessoa homossexual é um espirito que animando sucessivamente um corpo de determinado gênero enfrenta a encarnação em gênero oposto, tendo dificuldade em adaptar-se nas novas modalidades. Mas somos levados a descrer disso, visto já termos acesso a casais homossexuais na erraticidade. O primeiro que encontrei foi na obra psicografa "Cidade dos Espíritos" onde passeando por Aruanda, Ângelo Inácio conhece vários casais moradores da cidade, entre eles um casal homossexual. Trecho: 
" (...) Mal o pai-velho encerrou aquelas explicações, fui surpreendido por um grupo de homens que passavam de mãos dadas, alguns trocando afagos discretos, carinho e demonstrando um afeto tão natural que me surpreendi com o que via. Outra turma menor, de mulheres, espíritos femininos, também passeava abraçada, lado a lado, ou também de mãos dadas, evidenciando certo tipo de comportamento social que, à época, ainda era muito mal compreendido na Terra. Tratava-se decididamente de homossexuais. E isso me chocou, pois não sabia que do lado de cá encontraria com tamanha naturalidade espíritos que se definiam sexualmente dessa maneira ou adotavam essa identidade – nem soube como dizer.

- Aqui todos são vistos com a mesma naturalidade, Ângelo. Fora da matéria, não há por que ninguém esconder-se com medo de ser rejeitado. É certo que encontramos ainda algumas cidades espirituais cujos administradores são muito religiosos e ligados a uma forma de pensar arcaica ou medieval, vamos dizer. Nesses casos, espíritos que, diante de sua constituição energética, identificam-se como gays ou homossexuais, provavelmente não serão vistos com a naturalidade com que os vemos aqui.  

Antes que Pai João continuasse, fomos abordados por dois namorados, espíritos em forma masculina, que pediram licença para se dirigir ao pai-velho.
- Desculpe, meu pai – falou um dos rapazes. Permaneceram de mãos dadas com a maior naturalidade, decerto sabendo que não seriam discriminados nem recriminados. – Queríamos que o senhor pudesse nos dar a honra de abençoar nossa união.

- Claro, meus filhos! Afinal, vocês terem se reencontrado, depois de tantas dificuldades, e reatado seu amor é algo que merece ser festejado. Para quando será a cerimônia? Preciso me preparar, sem que afete outros compromissos. (...)"

Ou seja, pelo visto no livro, há homossexualidade entre os espíritos, portanto não é uma questão de não adaptação ao novo corpo. Aliás tal afirmação também o é lgbtfóbica. Vale lembrar também nessa questão que Emmanuel diz em "Sexo e Destino" que o espirito reencarnaria com pré disposição a bissexualidade, ideia semelhante é encontrada em Jung.

Outro espírito que tratou do assunto foi Ramatis. Perguntado se a homossexualidade fere as leis universais responde:
 " A homossexualidade, portanto, de modo algum pode ofender as leis espirituais, porquanto, em nada, a atividade humana fere os mestres espirituais, ", continua dizendo que somente a lei da reencarnação pode ajudar a solucionar as motivações da homossexualidade. 

Saindo um pouco das questões doutrinárias do espiritismo, que visam entender a questão LGBT+, visando vir para a pratica, muitos percebem a enorme quantidade de LGBT's nas religiões não tradicionais sobretudo a Wicca e a Umbanda. O primeiro motivo para isso é a aceitação dessas religiões a sexualidade das pessoas. Para essas doutrinas espiritualistas o que importa é o caráter da pessoa e não sua orientação sexual. É comum inclusive vermos casamentos homoafetivos sendo celebrados nestas religiões. Um sonho meu inclusive!

Na Umbanda e no Candomblé existem inclusive divindades LGBT. Ossain por exemplo, que em alguns lugares assume o aspecto feminino, mas sobretudo pela sua ligação (amorosa será?) com Oxóssi. Oxumarê, que em algumas tradições é metade do tempo homem metade do tempo mulher. Logun Edé também passa por periodos de aspecto masculino e outros de aspectos femininos. Mas não caiamos no ridículo de dizer que a pessoa é LGBT por ser filho de um desses orixás e muito menos por trabalhar com Pombo Gira, ideia machista, lgbtfóbica e sem a minima fundamentação. Já falamos sobre, dê uma olhada clicando aqui.

No paganismo é mais que natural a sexualidade lgbt. Zeus teve relações homossexuais com Ganimedes. Algumas tradições do deus Freyr incluíam ato de sexo homossexual, tradições xamânicas consideram a androgenia o estado de êxtase espiritual desejado. Loki tem uma relação homossexual (apesar de estar transformado em égua) com o construtor de um muro e é frequentemente chamado de "afeminado" pelos outros deuses. Thor veste-se de mulher em uma de suas lendas.



Pode-se ver então que a homossexualidade como todas as outras formas de expressar a sexualidade é normal, natural, divinamente aceitável para a espiritualidade.

Para que o texto não fique demasiado grande deixo para outra oportunidade trazer aqui a visão do cristianismo sobre a vivência LGBT, pois embora a maioria demonstre preconceito, existem cristãos que são de fato cristãos.

Algumas criticas que eu preciso fazer. Ao pesquisar para escrever este texto, me deparei com várias citações por parte principalmente dos espiritas e depois dos umbandistas, que associavam LGBT's com perversão e luxúria sem limites. Irmãos espiritas e umbandistas, isso também é LGBTfobia. Ser LGBT em nada tem a ver com promiscuidade e devassidão. Outro ponto é a invisibilidade que mesmo essas filosofias mais abertas fazem com as demais letras. Os homossexuais e sobretudo os masculinos, são estudados, ouvidos, acolhidos. Mas as lésbicas são invisibilizadas, os bissexuais excetuando uma citação de Emmanuel praticamente não existem, e as pessoas trans ainda são olhadas com estranheza, ao ponto de alguns umbandistas recentemente terem destilado transfobia em seus facebooks.

Os espiritualistas pagam de abertos, acolhedores, e de todas as opções disponíveis o são, mas ainda há muito o que avançar. 

SE VOCÊ É LGBT E VEIO ATÉ AQUI:

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