Torne-se Mestre

Várias escolas espiritualistas e também de Magia tem espalhado e apregoado a não necessidade de Mestres e que todos são mestres de si mesmos. Inclusive em uma canalização aqui postada feita por Kuan Yin (Leia aqui) foi nos dito que somos mestres de nós mesmos.

E concordo plenamente com isso. Somos mestres de nós mesmos e o livre arbítrio, conceito tão fortemente ensinado nos grupos espiritualistas, é  a forma pela qual o nosso mestrado se externaliza. Mas por pedido de Arcanjo Miguel trago algumas considerações.

O fato de sermos mestres de nós mesmos não exclui a figura do mestre tradicional, mas modifica nossa percepção quanto a isso. O Mestre assume outra função. Antes o mestre era o ser quase que divino que detinha um poder extraordinário e que nós devíamos obediência e unica fonte de nosso conhecimento. Essa figura é que a Nova Era de Luz vai abolir. Em essência, não são os mestres que deixarão de existir, mas sim os falsos mestres que serão desmascarados.

Mas a presença de um Mestre é de vital importância. É o Mestre, ou a Mestra, que direcionará nosso plano de estudo, que confirmará nossas ações. Ele não será a palavra final, mas servirá como balança.

Exemplo, supondo que você esteja estudando magia solitariamente e decide depois do estudo necessário realizar um feitiço. Como confirmar que deu certo? Como avaliar os riscos? Como medir o seu preparo? Os resultados podem confirmar se deu certo ou não, mas como garantir que não foi obra do acaso e sim ação da Magia?

Outro exemplo. Você está estudando viagem astral (desdobramento, chame como quiser), e começa a ver-se fora do corpo. Como garantir que isso realmente está ocorrendo ou se é sua fértil imaginação?

Resumindo, a função do Mestre não é a de andar por você, nem de ditar o que caminho que você deve seguir, neste sentido você é mestre de si mesmo, mas o mestre tem a função de garantir que o que estás fazendo está dando certo ou não.

Em escolas de Magia, como a Wicca e a Umbanda, por exemplo, a presença de um Mestre é mais importante ainda. Além do conhecimento, da segurança para os trabalhos que o Mestre fornece, estar sob a proteção de um Mestre, nos liga a ancestralidade, cria uma família, vai nos fornecendo uma teia de egregoras que sustenta nossa ação magica e a fortalece.

Outro ponto a se considerar é que o Mestre não é todo poderoso, portanto pode, e vai errar. Não se desespere com isso. Afinal ele é seu Mestre, não Mestre do Mundo. Questione seu Mestre, converse com seu Mestre, seja amigo do seu Mestre. Nunca, em momento algum, endeuse seu Mestre. Jung fala da necessidade antropológica que a humanidade tem em deusificar algo ou alguém.

Além disso, cuidado com Mestre virtuais. Ter amigos, conselheiros, companheiros de jornada que se encontrem geograficamente distantes e que se conectam conosco virtualmente é ótimo, amplia horizontes, agrega energia e conhecimento. Mas jamais um Mestre pode ser virtual. É imprescindível a presença física e próxima do Mestre para a avaliação do mestrando. Como alguém vai direcionar seus atos mágicos se não está presente no momento em que eles se dão? E  se algo der errado como ele vai lhe socorrer?

Você pode ter pessoas que lhe inspiram, que lhe ajudam a pensar mas nem todos serão seus mestres. O Mestre não é eterno nem único. Posso ter um Mestre para determinada área, a mediunidade por exemplo, e não necessariamente ter este mesmo mestre para o Reiki. Sou grato por ter na mesma pessoa as duas coisas, mas isso não é regra. Alias, posso ser mestre do meu mestre.

Digamos que eu seja Mestre em Reiki e meu Mestre da mediunidade não seja reikiano, mas deseja tornar-se. Eu iniciarei ele no Reiki, ou seja, tornar-me-ei seu Mestre, mas ele não deixará de ser meu Mestre.

Este texto não encerra a discussão do assunto, sua finalidade inclusive é iniciar a discussão. Que possamos meditar nisso, tornando-nos mestres de nós mesmos sabendo reconhecer a necessidade de Mestres na nossa vida.

Que os Mestres de Luz estejam conosco.