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Okê Caboclo: Os caboclos de Umbanda!

Ontem passei a tarde na companhia da Senhora Pombo Gira Maria Padilha das 7 Catacumbas, espírito que a cada dia que passa eu aprendo a amar mais.
Guardiã, mãe, conselheira, puxadora de orelha. Uma lady que derruba o mal e ainda toma vinho
(quem tem olhos que veja).

Depois da maravilhosa tarde, em comunhão com a dirigência da casa que sou médium (TUIMCAJ) e alguns irmãos, ficamos conversando, estudando um pouco sobre energia e comendo os maravilhosos salgados que a mãe faz. Valeu por fazer os pasteizinhos sem carne para mim, te amo Mãe!
Vindo para casa pensei, "Que saudade do Sr. Pena Azul, faz tanto tempo que não tem gira de caboclo", e meu celular como se para aumentar a saudade começa a tocar só ponto de caboclo.

Então já que não posso tocar uma gira por razões obvias, vou trazer um pouco de esclarecimento sobre a linha dos caboclos na Umbanda. Já que Caboclo, lembra Oxóssi e este rege o trono sagrado do conhecimento, estudar é uma maneira de matar essa saudade.

O termo caboclo na língua portuguesa refere-se ao mestiço de branco com índio, mas na Umbanda, significa os espíritos que assumem a figura do indígena para atuar na espiritualidade de terreiro. Foi na figura de um Caboclo que a Umbanda teve sua formalização em plano terreno, através do bem-amado Caboclo das 7 Encruzilhadas. Junto com os pretos velhos e as crianças, os caboclos formam a Trindade Umbandista, representando as três fases da vida humana, infância, vida adulta e velhice.

Como na Umbanda muito raramente o espírito trabalhador assume no mediunismo sua identidade, mas se utiliza de arquétipos que nos remetem a formação e cultura do Brasil, os caboclos vem nos trazer o braço indígena, a cultura mãe dessa pátria. Mas não nos limitemos a pensar que todo caboclo manifestado tenha sido um indígena brasileiro, muitos são os antigos cherokees, apaches norte americanos. Maias e Astecas, além de quem sabe indígenas australianos, porquê não?

Outro ponto a se ter em mente, que nem todo caboclo de Umbanda foi índio. A maioria o foi, sim, mas não é obrigatoriedade. Médicos, sacerdotes de outros credos, também assumem a roupagem arquetípica de caboclo para o trabalho no mediunismo de Umbanda. Muitos nos relatam que vem como Caboclo nas giras de Umbanda e em outros segmentos, onde ainda por ignorância humana, existe o preconceito com os espíritos ele se manifesta como médico. Afinal já nos dizia Kardec, que o perispírito tem a capacidade de moldar-se conforme a necessidade e o desejo do espírito.

E quem sabe o Caboclo, não é o padeiro da esquina? Ou o lavrador anônimo da idade média? Por quê sempre é cacique, o maior caçador da tribo, a índia mais cobiçada? Fica a reflexão.

Caboclos e Orixás


Muita gente se confunde ou mistura por alguma razão, o caboclo de Orixá com o Orixá. Os caboclos não são Orixás, são guias, mentores, espíritos que na escala de evolução estão num patamar superior ao nosso (esse assunto dá um longo texto), Orixás são aspectos do divino manifestados na natureza (aqui dá outro texto), mas não são espíritos.
Então como todo espírito e principalmente um espírito trabalhador de terreiro, os caboclos recebem a irradiação e a regência dos Orixás.

Por muito tempo, e ainda hoje em alguns lugares, achou-se que todo caboclo viria na vibração de Oxóssi. Oxóssi é o Orixá das matas, das caças, em muitas casas de Umbanda das ervas, e tudo isso tem muita ligação com os caboclos.

Porém nem todo caboclo é de Oxóssi.

O Orixá Oxóssi, rege a linha dos caboclos num todo, enquanto os demais Orixás irradiam falanges em particular. É uma hierarquia muito bem esquematizada. Por exemplo, uma empresa é dividia em setores, cada setor tem um chefe que são ordenados pelo presidente e este presidente também é diretor de um setor. No caso dos caboclos, Oxóssi é o presidente e os demais Orixás são os diretores.

Exemplo:

O Caboclo X vem na vibração de Pai Ogum. Na hierarquia, o Caboclo recebe ordens, força, e deve respeito a Pai Ogum e não à Oxóssi.  É Pai Ogum e não o caboclo X que lida com Oxóssi.

Sei que é meio complicado de entender somente lendo, mas qualquer dúvida deixem aí nos comentários, que eu busco com minha zeladoria um meio um pouco mais didático de explicar.

Outra coisa. O caboclo X vem na vibração de Pai Ogum, mas ele não é Pai Ogum. Por favor não confundam. Ele é um espirito que recebe energização de Pai Ogum, da mesma forma que nós temos nossa coroa (Eledá, Ori, Pai e Mãe de Cabeça), mas não somos o Orixá, o caboclo recebe a influenciação de um Orixá mas não é o Orixá. Pai Ogum e os demais Orixás tem seu culto e sua manifestação na Umbanda em momentos e ritos propícios.

O que nos ensina o Caboclo?

O caboclo na Umbanda vem nos trazer o conhecimento das ervas para a cura, tanto do físico como o do espírito. Traz ainda o sentido de tribo, pois ninguém sobrevive na mata sozinho.

É na figura do caboclo sobretudo que a essência ecológica da Umbanda mais se manifesta, pois eles são os defensores do verde, mostrando que podemos e devemos desfrutar daquilo que a Mãe Terra nos oferece mas com consciência e responsabilidade. Veja um texto sobre o assunto clicando aqui (Oferendas ou Poluição?)

Nos ensina também a caminhar entre pedras e folhas sem perder o olhar no destino. Nos ensina a admirar a beleza das flores mas não deixar que ela nos iludam e nos desviem do trajeto.
Eles, e elas, pois há caboclas também, que vem e nos enchem de coragem.

Tipos de Caboclos

Os caboclos assim como todos os espíritos trabalhadores em mediunismo de terreiro se dividem em falanges. Mas aqui eu não vou falar disso, mas da divisão que ocorre nos tipos de manifestação. De maneira geral os caboclos podem ser: Flecheiros, de Pena, Animais, de Folha e os que eu chamo de Pessoais.

Caboclos de Pena: São os caboclos ligados ao elemento ar, como diria a Cabocla Jurema "são os caboclos que 'avoa'". E nesse "voo" eles olham longe e podem então nos dar um direcionamento. Em suas nomenclaturas, naquilo que eu chamo de "Mistério Magístico do Nome", geralmente vem acompanhado de uma cor que pode simbolizar o Orixá que os irradia. Mas não tomem isso como regra. Exemplo, Caboclo Pena Branca, pelo branco da cor da pena, nos direcionamos a Oxalá, o Senhor do Branco, mas eu já vi Caboclos Pena Branca de todas as irradicações, Xangô, Oxum.

Caboclos Flecheiros: São os caçadores. Caçam as almas no astral e as levam até o conhecimento. Enquanto os de pena nos direcionam, os de flecha nos impulsionam.

Caboclos de Folha: Levam sempre em seu nome a designação "Folha", como exemplo, "Caboclo Folha Verde". São ligados ao elemento terra. A terra que sustenta a folha, e tem forte ligação com Oxóssi, Ossaim (nas casas em que ele é cultuado) e também com Omolu. São exímios conhecedores de ervas, de banhos, atuando muito no aterramento do médium e do consulente, para que esse não fique "nas nuvens".

Caboclos Animais: São aqueles que em seu nome possuem alguma referencia ao mundo animal. Caboclo Jiboia, Caboclo Pantera Negra, por exemplo. São também muito ligados a Oxóssi, mas o animal de seu nome assim como a cor da pena nos caboclos de pena, podem nos dar uma vaga ideia do Orixá que o irradia. Como os caboclos cobra. Cobras são os animais de Oxumarê, mas nem sempre o caboclo "cobra..." tem a irradiação de Oxumarê.

Caboclos "Pessoais": Trazem no nome a ancestralidade indígena, Urubatão, Jurema, Iracema, para citar somente alguns.

Algumas casas de Umbanda, trabalham com os Boiadeiros juntamente na linha dos Caboclos. Respeitando a casa em que estou agora, onde o trabalho com Boiadeiros é separado do trabalho com os Caboclos, não comentarei de Boiadeiros aqui. Outras casas já vi também em que os Marinheiros são tratados como Caboclos do Mar.
Existem ainda os Caboclos crianças, que na sua maioria manifestam-se juntamente a linha dos Eres.

Características Gerais

De maneira geral, mas isso varia de terreiro para terreiro e de Caboclo para Caboclo:

Cor: Verde, em alusão ás matas

Bebida: Vinho, ou toda espécie de sucos.

Guias: Verdes, de coquinhos, de ossos, de penas.

Fumam: Charuto

Dia votivo: Quinta-feira

Saudação: Okê

Incompatibilidade: Limão

Seus pontos cantados nos remetem a floresta, a caça, as ervas. Seus pontos riscados dentre tantos outros mistérios carregam o arco e a flecha.


Lembrando meus irmãos, que esta não é a verdade absoluta. Que nenhuma regra é estatica, as exceções são várias. Que sempre em qualquer circunstância, consulte a sua dirigência espiritual, mãe/pai no santo e/ou guias chefes.

Para encerrar, vou deixar um ponto com vocês:

"Que penacho é aquele?
  É um penacho de Arara.

Que penacho é aquele?
  É um penacho de Arara.

No centro da mata virgem,

  No centro da mata virgem
Seu Pena Azul trabalha"

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